Chapecó já recebeu e iniciou a instalação das primeiras peças do sistema antigranizo, uma tecnologia inédita no município voltada à redução de danos causados por tempestades de granizo. Os equipamentos vieram da Espanha e a montagem inicial deve ocorrer ainda neste mês, com a primeira máquina instalada até o final de janeiro.
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A previsão é que, até o final de março, as três máquinas estejam instaladas e prontas, com entrada em funcionamento prevista para 2026. Os pontos escolhidos para a instalação ficam no Bairro Efapi e no Distrito de Marechal Bormann.
A tecnologia já é utilizada em outros países e também no Sul do Brasil, tradicionalmente para a proteção de pomares e áreas agrícolas. Em Chapecó, no entanto, o foco será a proteção de residências e edificações comerciais, reduzindo prejuízos urbanos causados por eventos climáticos severos.
O diretor da Defesa Civil de Chapecó, Walter Parizotto, explica que o sistema faz parte de um conjunto de ações voltadas à prevenção de desastres climáticos evitáveis.
— Esse projeto é um dos que estamos desenvolvendo para minimizar ao máximo os desastres climáticos evitáveis. Optamos por esse sistema porque ele não agride o meio ambiente, não lança resíduos nem produtos tóxicos na atmosfera — destacou.
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Como funciona o equipamento
Segundo Parizotto, o equipamento funciona a partir de uma base fixa, onde ocorre uma explosão controlada, gerando ondas hipersônicas que desestabilizam as nuvens formadoras de granizo. Com isso, o sistema impede a formação das pedras ou faz com que elas caiam em fragmentos menores, reduzindo os danos.
— Ele cria uma proteção em formato de guarda-chuva. Toda a área dentro do raio de proteção fica resguardada e ainda há uma proteção adicional à frente — explicou.
A escolha dos locais de instalação seguiu critérios técnicos e estatísticos. Conforme a Defesa Civil, são as regiões onde o município historicamente teve maior aporte financeiro em reparos, além de apresentarem residências mais vulneráveis e alta incidência de granizo.
Outro fator decisivo foi a origem das nuvens de granizo, que, segundo levantamentos, vêm majoritariamente do Sul e Sudeste, justamente pelas áreas onde os equipamentos serão instalados.
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A Defesa Civil também informou que o sistema é flexível, podendo ter as máquinas realocadas ou ampliadas no futuro. Paralelamente, o município está desenvolvendo um levantamento da identidade climática local, com a instalação de 12 microestações meteorológicas.
Esses dados permitirão, ao longo do tempo, ajustar, readequar ou ampliar o sistema antigranizo, tornando a proteção mais eficiente conforme o microclima de Chapecó for melhor compreendido.






