Três homens acusados de golpes milionários com carros de luxo em Tubarão, no Sul de Santa Catarina, foram denunciados pelo Ministério Público do Estado (MPSC). Conforme consta na denúncia apresentada na segunda-feira (10) e aceita pela Justiça, o trio aplicou golpes contra 12 pessoas na região Sul catarinense.
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As fraudes começaram em 2015 e se intensificaram em 2024. As vítimas venderam os carros luxuosos e nunca receberam o pagamento.
A denúncia ainda pede a condenação dos réus, de 36 — preso preventivamente —, 54 e 42 anos, pela prática dos crimes de associação criminosa, falsidade ideológica, estelionato e lavagem de dinheiro.
Relembre os golpes
O esquema começou no ano de 2015, quando o homem de 36 anos, dono de uma administradora de bens, deu um golpe em instituições financeiras, após não pagar empréstimos. Três anos depois, em 2018, ele se associou a outro réu, de 54 anos.
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Os dois desenvolveram um esquema criminoso, com a utilização de “laranjas”, para o uso de empresas na aplicação dos golpes. Em seguida entrou o terceiro réu, de 42 anos, que seria o “laranja” para as operações.
O trio simulava vendas de produtos para essas empresas e, assim, emitia contra elas duplicatas simuladas e notas fiscais falsas. Os títulos de crédito eram, então, trocados por dinheiro em empresas de factoring e securitizadoras. A investigação identificou a emissão de mais de 500 notas fiscais falsas, totalizando cerca de R$ 15 milhões.
O idealizador do esquema passou a se denominar um empresário garagista, assim, realizando diversos negócios envolvendo carros de luxo. Ele os adquiriu de forma parcelada e revendia por valores abaixo do mercado.
Em dezembro de 2023, por exemplo, foi comprado um Volkswagen Tiguan Allspace, pelo valor de R$ 160 mil. A forma de pagamento foram oito cheques pré-datados de R$ 20 mil cada um. Logo após a compra, o carro foi revendido para outro garagista por R$ 120 mil. Além da primeira vítima, outras 11 pessoas passaram pela mesma situação em Tubarão e região.
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Os golpes vieram à tona em fevereiro de 2024, após os cheques pré-datados começarem a retornar com a informação de insuficiência de fundos. Assim, as vítimas se reuniram e constataram o golpe.
Os réus teriam utilizado as contas das empresas de fachada no nome do “laranja” para movimentar os valores, se desfeito de bens, como veículos e relógios de luxo, e, ainda, utilizado contas bancárias de familiares para recebimento das quantias ilícitas.
Indenização
O MPSC pede na denúncia a condenação dos três réus à obrigação de reparar os danos causados, com um valor indenizatório mínimo de R$ 5 milhões.
Ainda devem ser investigadas possíveis práticas de outros crimes descobertos ao longo do inquérito policial. Foram identificadas vítimas de estelionatos similares nas cidades de Braço do Norte, Criciúma, Araranguá, Jaguaruna, Içara, São José, Capivari de Baixo e Sombrio.
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Além disso, foi solicitada a instauração de inquérito para apurar as falsificações de notas fiscais, contratos sociais, declarações de imposto de renda e outros documentos públicos e particulares, bem como a emissão de duplicatas simuladas e o fato de o líder do esquema criminoso ter dois CPFs.
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