
Ademar Paes Junior
A nova realidade representa uma importante conquista, porém, é acompanhada por muitos e grandes desafios.
O desenvolvimento da tecnologia na medicina é resposta não apenas à necessidade de possibilitar avanços no diagnóstico e no tratamento das doenças, mas também atende à mudança do perfil do paciente. Hoje, ao ir no consultório médico, quem busca assistência à saúde não tem somente o papel de receber prontas as orientações do profissional, mas interage com dados disponíveis no mundo digital e com sua própria experiência de vida, buscando prevenção.
A nova realidade representa uma importante conquista, porém, é acompanhada por muitos e grandes desafios que envolvem especialmente a qualidade da informação e a segurança da relação estabelecida entre o médico e o paciente.
Essa transformação é tão importante que foi tema de debate na Feira Hospitalar 2019, realizada de 21 a 24 de maio, em São Paulo, considerada a principal vitrine do mercado nacional e internacional do setor, onde acontecem lançamentos e apresentação de produtos inovadores, soluções e serviços.
O painel “A tecnologia no engajamento e experiência do paciente” foi promovido pela Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde (ABIMED), e teve a participação de Lívia Cunha, CEO e fundadora da startup Cuco Health; Scott Whitaker, CEO da AdvaMed (Associação de Tecnologia Médica Avançada, dos Estados Unidos); Sidney Klajner, presidente da Sociedade Israelita Brasileira Albert Einstein e Waldemir Cambiucci, Diretor do Centro de Tecnologia da Microsoft no Brasil.
Importantes reflexões foram abordadas no debate, que certamente precisam ser disseminadas:
• Entre os requisitos mais importantes para propiciar uma boa experiência a pacientes e beneficiários do sistema de saúde está a necessidade de se criar um ambiente no qual a tecnologia ajude as pessoas a serem escutadas, para que suas dúvidas sejam esclarecidas com informação de qualidade e fidedignas.
• A tecnologia tem que estar cada vez mais integrada na vida dos pacientes, educando e ajudando na aderência aos tratamentos.
• O mundo está a caminho de um processo de desospitalização da saúde. Algoritmos e aparatos tecnológicos possibilitam cada vez mais que as pessoas sejam tratadas fora do hospital. Isso requer um novo olhar de gestores de todos os níveis e esferas.
• A mudança do papel do paciente em decorrência das transformações digitais requer agilidade da indústria, bem como todo do ecossistema da saúde, para que se antecipem às novas demandas e a um cenário do qual já fazem parte recursos como mobilidade, redes sociais, nuvem inteligente, Big Data e Inteligência Artificial.
*Ademar Paes Junior é médico radiologista e presidente da ACM
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