Uma tecnologia baseada na aplicação de ondas acústicas de alta intensidade tem se consolidado como opção terapêutica de primeira linha para o tratamento de lesões ortopédicas crônicas e de difícil resolução. 

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Conhecida como terapia por ondas de choque extracorpóreas, a técnica vem sendo utilizada com sucesso no alívio da dor, na melhora funcional e na regeneração de tecidos musculoesqueléticos, especialmente em pacientes que não obtiveram resposta satisfatória com fisioterapia ou medicamentos.

— Ondas de choque não são choques elétricos, como aqueles utilizados na fisioterapia, como o TENS (choquinho) — esclarece a médica ortopedista e traumatologista Dra. Marina Cerávolo. 

— Elas são semelhantes às ondas produzidas por explosões, trovões, terremotos ou aviões supersônicos. São geradas por um equipamento especial e aplicadas diretamente sobre a região lesionada —  afirma.

As ondas promovem efeitos mecânicos e biológicos, atuando diretamente sobre os tecidos inflamados ou lesados. De acordo com a especialista, entre os principais mecanismos fisiológicos estimulados estão:

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1 – Melhora da vascularização local, aumentando o fluxo de sangue e oxigênio.

2 – Estimulação da produção de fatores de crescimento e liberação de substâncias analgésicas naturais.

3 – Fragmentação de fibroses e calcificações por cavitação (formação de microbolhas).

4 – Ativação de células-tronco locais envolvidas na reparação celular.

Além disso, os efeitos terapêuticos continuam agindo no organismo por até três meses após o término das sessões, mesmo que o paciente perceba alívio da dor nas primeiras aplicações.

Indicações clínicas consolidadas

A terapia é indicada principalmente em casos de tendinopatias crônicas e outras lesões musculoesqueléticas refratárias a métodos tradicionais. Segundo a Dra. Marina Cerávolo, as principais indicações incluem:

  • Tendinites crônicas (ombros, joelhos, tornozelos, cotovelos)
  • Fascite plantar (dor embaixo do calcanhar)
  • Bursite trocantérica (dor no quadril)
  • Estiramentos musculares sem ruptura
  • Fraturas por estresse e pseudartroses (fraturas que não consolidam)
  • Tendinites calcárias e dores miofasciais
  • Feridas crônicas, úlceras cutâneas e queimaduras
  • Celulite, no contexto estético, com indicação específica

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— Os resultados costumam ser positivos principalmente entre pacientes que já passaram por fisioterapia e medicação, mas que continuam sentindo dor e limitação funcional — explica a médica.

Sessões ambulatoriais e recuperação imediata

O procedimento é realizado em consultório, com sessões que duram de 15 a 30 minutos, sem necessidade de internação, cortes ou anestesia geral. A frequência ideal é de três a cinco sessões, com intervalos semanais ou quinzenais, conforme a gravidade da lesão.

— O paciente permanece acordado e pode retomar suas atividades normais logo após o procedimento. Trata-se de um tratamento ambulatorial, não invasivo, e com rápida recuperação — detalha a Dra.

Avaliação médica é essencial

Por ser uma técnica com critérios bem definidos de indicação, é fundamental que a terapia com ondas de choque seja avaliada, prescrita e acompanhada por um médico especialista, com base em exame clínico e análise de imagem.

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— Nem toda dor deve ser tratada com ondas de choque. O médico é quem determina o diagnóstico, indica o tratamento ideal e monitora a evolução —  reforça a ortopedista.

Uma alternativa segura à cirurgia ortopédica

Para pacientes que buscam alternativas à intervenção cirúrgica, as ondas de choque representam um recurso terapêutico com evidência crescente na literatura científica, baixa taxa de efeitos adversos e bons índices de recuperação funcional. A indicação precoce pode evitar a evolução de quadros dolorosos para estágios mais graves.

— Com resultados clínicos positivos, baixo risco e rápida recuperação, essa tecnologia é aliada importante no dia a dia da ortopedia moderna e do tratamento do paciente ortopédico — conclui a Dra. Marina Cerávolo.

Dra. Marina Cerávolo

Ortopedista e Traumatologista – Adulto

CRM 25396 / RQE 20208