A empresa Space X, do bilionário americano Elon Musk, fez o 11º teste do Starship nesta segunda-feira (13). O lançamento do maior e mais poderoso foguete já construído ocorreu sem maiores problemas e foi considerado um sucesso.

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A missão bem sucedida, que decolou da base Starbase no Texas, é mais do que uma vitória de engenharia; é um movimento estratégico no tabuleiro da geopolítica espacial. Com 122 metros de altura e a promessa de ser totalmente reutilizável, o Starship é a peça central do projeto americano para retornar à Lua, um esforço que está sendo desenvolvido em parceria com a NASA através do programa Artemis. 

A SpaceX foi contratada para desenvolver uma versão do Starship, o Human Landing System (HLS), que será o módulo de pouso lunar da missão Artemis III.

Imagens do lançamento do Starship

A China e o desafio de 2030

A urgência e o ritmo acelerado dos testes da Starship são reflexos diretos da ascensão da China como potência espacial. O país asiático não esconde suas ambições, tendo estabelecido uma meta clara de pousar astronautas na Lua até 2030. A nação asiática já demonstrou capacidades impressionantes com o pouso de rovers em Marte (Zhurong) e na face oculta da Lua (Chang’e 4), além de ter construído sua própria estação espacial, a Tiangong.

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A China está desenvolvendo um sistema próprio de foguete pesado, o Longa Marcha 9 (LM-9), comparável em capacidade ao Starship. O desenvolvimento simultâneo destas duas naves gigantes—uma no Ocidente (Starship/EUA) e outra no Oriente (LM-9/China)—ilustra o quão séria é a disputa pelo domínio na órbita terrestre e no espaço profundo.

Reutilização: a vantagem econômica da SpaceX

O principal trunfo do Starship, e a grande vantagem estratégica dos Estados Unidos, reside no conceito de reutilização plena. O objetivo da SpaceX é que o foguete e seu propulsor Super Heavy sejam totalmente reutilizáveis, reduzindo drasticamente o preço por quilo enviado ao espaço.

Se o Starship se tornar operacionalmente viável, ele pode permitir que a NASA cumpra as ambiciosas metas de exploração lunar e a futura colonização de Marte a um custo muito mais baixo e em um prazo potencialmente mais curto, superando o programa estatal chinês que geralmente depende de orçamentos centralizados.

A meta ambiciosa de 2027

A meta da NASA é realizar o pouso da Artemis III em meados de 2027, antes do prazo final chinês. Para isso, a SpaceX precisa validar rapidamente tecnologias críticas, como a reentrada atmosférica controlada (testada com sucesso neste 11º voo) e o crucial reabastecimento em órbita, essencial para o módulo lunar Starship (HLS) chegar à Lua. Especialistas apontam que os prazos são extremamente curtos para a resolução dessas demandas complexas.

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A cada lançamento da Starship, como o ocorrido nesta segunda-feira, a SpaceX coleta dados vitais para a exploração espacial e desenvolvimento de novas tecnologias. Embora a China se mova de forma mais discreta, o avanço tecnológico das duas nações mostra que a próxima fronteira não é apenas científica, mas geopolítica.