O traficante Sérgio de Souza, o Neném da Costeira, foi condenado a 10 meses de prisão em regime semiaberto por ter fugido da carceragem da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Florianópolis, em 24 de novembro de 2002.

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No começo deste mês, ele já havia sido punido com oito anos de prisão por associação ao tráfico de drogas.

A fuga ocorreu quando Claiton da Silva se vestiu de entregador de pizza, rendeu o único policial de plantão com um revólver calibre 38 e resgatou o criminoso. Era um domingo à noite. Neném da Costeira deixou o local na garupa da motocicleta do suposto entregador de pizza.

A recaptura se tornou questão de honra para a cúpula da Polícia Civil catarinense. Mas ele só voltou para cadeia em 5 de dezembro do ano passado, graças a um trabalho conjunto entre um investigador da Central de Polícia da Capital e da Polícia Federal. O traficante foi encontrado na cidade de Encarnación, no Paraguai.

O Código Penal não considera crime fugir. Mas no caso dele, a Justiça entendeu diferente porque o policial de plantão foi ameaçado com uma arma. Neném foi condenado por “evasão mediante violência contra pessoa”. Foi a segunda condenação contra o traficante neste ano. Ambas tomadas pelo juiz Leopoldo Brüggemann, da 3ª Vara Federal Criminal da Capital.

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A primeira foi em 2 de julho. Ele foi condenado a oito anos por associação ao tráfico de drogas. De acordo com o processo, ele estaria ligado ao comércio de entorpecentes em Florianópolis. Integraria um esquema que trazia cocaína do Paraguai, que era distribuída no Maciço do Morro da Cruz, região central da Capital.

O advogado do traficante, Cláudio Gastão da Rosa, discordou da decisão da Justiça e afirmou que vai entrar com recurso no Tribunal de Justiça. Ele argumentou que Neném da Costeira não usou violência para fugir, apenas acatou as ordens do suposto entregador de pizza. A defesa também sustentou que o crime já teria prescrito, ou seja, o prazo para punição expirou.