Acompanhar o noticiário, ver uma queda brusca da bolsa de valores, entrar em pânico e vender todas as ações é uma atitude impulsiva – e muito mais comum do que se imagina. Observar a mesma queda, manter-se calmo e não realizar nenhuma mudança que saia do foco do seu planejamento financeiro também acontece bastante. A diferença entre esses investidores? O perfil de risco

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O risco assusta porque desperta medo e pode levar a decisões impulsivas que comprometem o patrimônio. Mas, no mundo dos investimentos, mais arriscado do que correr riscos é não saber quais riscos você está assumindo.

Este artigo é um convite a entender que os riscos fazem parte da jornada da vida – e dos investimentos – e que podem ser calibrados com conhecimento do seu perfil e objetivos, transformando o risco em aliado.

Correr risco assusta. Como lidar com ele?

A forma como lidamos com o risco está diretamente ligada às nossas emoções e experiências passadas. Uma perda financeira significativa no passado, por exemplo, pode fazer alguém se tornar excessivamente conservador. Já quem só viveu períodos de alta pode subestimar a possibilidade de perdas.

Segundo a 8ª edição do Raio X do Investidor Brasileiro 2024, da ANBIMA, 19,3% dos investidores afirmam que sua principal motivação para investir é ter dinheiro guardado para emergências – um sinal de que o medo de não ter reservas para momentos de necessidade pode ser um fator importante na tomada de decisões.

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É aqui que entra uma distinção importante:

  • Risco real: as chances objetivas de um investimento apresentar perdas ou ganhos;
  • Risco percebido: como o investidor sente esse risco, muitas vezes de forma subjetiva.

Essa diferença pode levar a decisões desequilibradas: enquanto um investidor pode achar que renda fixa é sempre 100% segura, outro pode ver ações como puro jogo de azar. Ambos ignoram nuances e estratégias que equilibram riscos.

Tudo sempre está atrelado ao perfil e objetivos do investidor.

Percepção x tolerância ao risco

Por isso, saber diferenciar percepção e tolerância ao risco é essencial:

  • Percepção: é sua reação emocional diante de um cenário adverso. Exemplo: ver uma queda no saldo e sentir ansiedade ou serenidade;
  • Tolerância: é a capacidade real que você tem de suportar perdas temporárias sem comprometer seus objetivos financeiros ou seu padrão de vida.

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Dois investidores podem ter o mesmo patrimônio e objetivo, mas reagir de formas opostas a um mercado em queda. E nesse momento pode acontecer um dos erros mais comuns no mercado de investimentos, segundo conta a assessora de investimentos, Ariane Lara de Brito: 

“Um erro comum é investir em riscos maiores do que a própria tolerância permite. Quando o mercado cai, o medo leva a decisões ruins, como vender no prejuízo. O oposto também acontece: perfis arrojados que investem de forma conservadora demais acabam frustrados com retornos baixos”, explica Ariane.

Segundo Ariane, outro erro comum – além de ignorar o seu perfil de risco – é deixar de considerar seus próprios objetivos. “Sem saber para que está investindo e em quanto tempo vai precisar do dinheiro, é fácil escolher os ativos errados, seguir modismos, montar uma carteira mal diversificada ou ter expectativas irreais de ganho”, acrescenta.

Como mapear o perfil com clareza

Descobrir seu perfil de investidor é um processo contínuo, que envolve três passos principais:

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  1. Questionários estruturados – que ajudam a entender preferências, objetivos e reações a diferentes cenários;
  2. Histórico de decisões – analisar como você agiu em momentos de alta e baixa do mercado;
  3. Mapa da Vulnerabilidade – metodologia utilizada pela Warren para identificar pontos sensíveis da sua vida financeira, cruzando riscos, objetivos e prazos.

“Essa ferramenta ajuda o investidor a se conhecer melhor, não apenas do ponto de vista financeiro, mas também emocional e comportamental – que tem total ligação com o financeiro. Ele cruza aspectos como segurança financeira, estabilidade emocional, conhecimento sobre investimentos e contexto de vida, revelando onde a pessoa está mais vulnerável em relação às suas finanças”, comenta Ariane.

Como a Warren guia a montagem de carteiras adequadas 

Na Warren, a carteira nasce do seu perfil de risco e dos seus objetivos de vida. A lógica não é escolher ativos pela promessa de rentabilidade, mas pelo prazo e propósito de cada meta, sempre alinhados ao que faz sentido para você.

O modelo fee-based garante que o especialista não venda produtos específicos pensando na comissão e evita o conflito de interesse. Assim, a recomendação é totalmente alinhada ao que faz sentido para o investidor.

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E conforme os objetivos se aproximam, a carteira é ajustada de forma gradual. Nesse processo, se você tem um horizonte de investimento mais longo, se sua renda ou patrimônio cresceram, ou se você já se sente mais seguro para lidar com as oscilações do mercado, o planejador financeiro pode sugerir o aumento do risco.  

Ariane diz que, “Por outro lado, é melhor reduzir o risco quando o investidor está perto de realizar um objetivo financeiro importante, está passando por mudanças pessoais que exigem mais segurança, ou se as oscilações causam ansiedade e decisões impulsivas”.

Dicas práticas para revisar perfil e alinhar expectativas

  1. Reavalie periodicamente seu perfil, principalmente após mudanças na vida pessoal ou financeira;
  2. Defina objetivos claros, com prazos e valores, e verifique se sua tolerância ao risco está compatível com o que esses objetivos exigem;
  3. Ajuste suas expectativas de retorno de forma realista, entendendo que rentabilidades maiores envolvem mais risco;
  4. Observe como reage às oscilações do mercado e, se necessário, faça mudanças graduais na carteira;
  5. Simule cenários e busque orientação profissional pode ajudar a equilibrar melhor perfil, metas e expectativas;
  6. Converse com especialistas para ter uma visão externa e evitar decisões impulsivas.

Risco calculado é liberdade

Risco não é um inimigo a ser eliminado, mas um elemento a ser compreendido e administrado, pois ele integra o seu perfil, o seu momento de vida e os seus objetivos para que você invista de forma segura e alinhada com seus limites.

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O próximo passo é simples: descubra seu perfil de investidor e comece a alinhar seus riscos ao seu propósito.