O Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) confirmou nesta segunda-feira (10) a ocorrência de três tornados no estado durante as fortes tempestades da noite de sexta-feira (7). Os fenômenos climáticos extremos atingiram os municípios de Turvo, Rio Bonito do Iguaçu e Guarapuava, causando danos significativos, seis mortes e mais de 800 feridos.
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Segundo o Simepar, as tempestades foram provocadas pelo aprofundamento de um sistema de baixa pressão sobre o Rio Grande do Sul, que evoluiu para um ciclone extratropical. A combinação de calor intenso, alta umidade e mudanças na direção dos ventos com a altitude criou um ambiente propício para a formação de tempestades supercelulares e tornados.
Municípios afetados pelo tornado no Paraná
De acordo com o Simepar, o primeiro tornado confirmado ocorreu em Rio Bonito do Iguaçu, por volta das 18h de sexta-feira (7). A tempestade supercelular que atingiu o município provocou danos significativos na área urbana. Após análise de imagens de radar, vídeos, sobrevoos e vistorias em solo, o órgão classificou o fenômeno como um tornado de categoria F3 na escala Fujita, com ventos estimados entre 300 km/h e 330 km/h.
Em seguida, outra tempestade severa atingiu o município de Guarapuava, especialmente na região do distrito de Entre Rios. O tornado foi classificado como F2, com ventos de 250 km/h, também com base em dados de radar, registros da população e observações técnicas.
O terceiro tornado ocorreu em Turvo, ao Sul da área urbana central. Assim como em Guarapuava, o fenômeno foi classificado como F2, com ventos ao redor de 200 km/h. As análises foram realizadas por meio de imagens do radar meteorológico de Cascavel, sobrevoos conduzidos por meteorologistas do Simepar e engenheiros do Corpo de Bombeiros, além de registros compartilhados por moradores e veículos de comunicação.
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Veja fotos do antes e depois do tornado no Paraná
Plano de reconstrução no Paraná
Em resposta aos estragos, o governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) sancionou na noite de domingo (9) a Lei nº 22.766/2025, que altera o Fundo Estadual para Calamidades Públicas (Fecap). A decisão permite que as famílias afetadas pelo tornado recebam até R$ 50 mil por família. O investimento previsto pelo governo é de R$ 50 milhões.
Além disso, cerca de 200 engenheiros da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) e do CREA-PR começaram nesse domingo (9) a avaliação técnica e estrutural das residências atingidas. A reconstrução vai iniciar assim que as equipes de engenharia finalizarem os diagnóstico técnico e estrutural das casas.
Desde a madrugada de sábado (8), mais de 30 equipamentos, entre escavadeiras, pás-carregadeiras, caminhões, pantaneiras e tratores, estão sendo utilizados para desobstruir vias e remover destroços. Os maquinários foram cedidos pela Prefeitura de Rio Bonito do Iguaçu, por municípios vizinhos e também por órgãos do Governo do Paraná, como o Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR) e a Defesa Civil Estadual.
Santa Catarina também foi atingida por três tornados
A Defesa Civil de SC confirmou no sábado (8) a passagem de três tornados no Oeste catarinense. Os municípios Dionísio Cerqueira, Xanxerê e Faxinal dos Guedes foram atingidos pelo fenômeno.
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De acordo com a Defesa Civil, os tornados tiveram curta duração, mas provocaram danos intensos e concentrados. Em Dionísio Cerqueira, foram registradas quedas de árvores, destelhamentos e interrupção temporária no fornecimento de energia elétrica.
Outras cidades do Oeste do Estado também registraram estragos ocasionados pelas fortes chuvas. Chapecó, por exemplo, registrou alagamentos pontuais em casas e ruas. A Defesa Civil contabilizou três quedas de árvores, 28 casas destelhadas e uma escola ficou danificada. Não houve feridos, desabrigados ou desalojados.
Em Xanxerê, o vendaval afetou 125 casas e gerou danos na rede elétrica, com interrupção parcial do fornecimento. Em Itapiranga, seis postes de energia foram derrubados, com seis casas afetadas e cinco ruas interditadas.
Em Urussanga, no Sul de Santa Catarina, as chuvas intensas provocaram obstrução de drenagem em loteamento, com deslizamentos registrados nos bairros Santana e Linha Rio Maior. Nenhuma casa foi afetada e não há registros de desabrigados.
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