Liliana Martelli é a palavra chave e também o ponto de partida de uma história que se tornou parte da memória afetiva de Funes, uma pequena cidade afluente na província de Santa Fé, Argentina.

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Aos 19 anos, tímida e acostumada a uma rotina tranquila, ela aceitou representar o Club Social y Deportivo Industrial no Festival de la Cerveza quase por carinho ao lugar onde cresceu.

O que parecia apenas um gesto simples acabou mudando sua trajetória e a transformando em um rosto querido da cidade.

Naquele fevereiro de 1979, no lotado Club San Telmo, Liliana subiu ao palco sem imaginar que seria escolhida rainha da festa.

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Mais do que o título, o momento marcou uma virada delicada e decisiva em sua vida: além de recusar convites para seguir como modelo, ela decidiu dar um destino incomum ao prêmio, que mais tarde se tornaria parte de sua própria casa.

Uma coroação improvável

Liliana cresceu em um ambiente muito cuidadoso, com pais que sempre a orientavam a evitar festas e eventos sociais. Por isso, quando foi convidada para representar o clube vizinho onde passava a infância, a família hesitou.

Ainda assim, o vínculo afetivo com o lugar falou mais alto, e ela acabou aceitando participar do concurso.

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A noite do festival foi grandiosa com cerca de três mil pessoas, candidatas isoladas em um camarim apertado e uma passarela que parecia infinita para quem não estava acostumada a saltos e flashes.

Mesmo nervosa, Liliana desfilou com naturalidade e, para sua surpresa, conquistou o título máximo diante de todo o público.

A escolha entre o brilho e a construção de um futuro

Com a coroa vieram os primeiros convites para desfiles e trabalhos como modelo. Era a chance de transformar aquele momento em uma carreira cheia de visibilidade.

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Mas ela preferiu outro caminho. Em vez de apostar no glamour, Liliana destinou o prêmio em dinheiro para comprar tijolos, literalmente.

Seu objetivo era ajudar a construir a casa onde viveria com a família, uma escolha simples, mas muito alinhada aos valores que carregava desde a juventude.

Raízes fincadas na cidade e na família

Liliana nasceu e cresceu em Funes, filha de imigrantes italianos que construíram a vida tijolo por tijolo.

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Primeiro viveram em uma casa antiga na rua Moreno e, depois, ergueram uma nova residência na rua Sarmiento, bem ao lado do clube que sempre fez parte da vida da família.

Com o tempo, ela e a irmã Anita formaram suas próprias famílias, mas a casa continuou sendo um ponto de encontro. A decisão de usar o prêmio para fortalecer esse lar faz ainda mais sentido quando se olha para essa história de união e continuidade.

A memória de uma época que marcou a cidade

Liliana guarda lembranças de uma Funes tranquila, onde passear de bicicleta era parte natural do dia e as relações com os vizinhos eram mais próximas.

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Ela reconhece que concursos como o que venceu deixaram de existir, reflexo de outras formas de pensar e viver a vida em comunidade.

Ainda assim, acredita que preservar o espírito das festas dos clubes é fundamental. Eram momentos de encontro, pertencimento e alegria coletiva.

Sua história mostra que uma conquista pública pode se transformar em algo muito maior, uma escolha que deixa raízes, constrói memórias e reforça o valor da própria comunidade.

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