Uma nova onda de calor atinge diversos países da Europa nesta semana. As temperaturas elevadas começaram nesta segunda-feira (30) e devem permanecer assim por vários dias em países como Itália, Portugal, França e Espanha. Os termômetros têm registrado picos de até 44 °C nos últimos dias. No sábado, a Espanha já havia registrado um recorde desde o início das medições, com 46 °C em Granada, na Andaluzia, sudoeste. O recorde anterior era de 45,2 °C em Sevilha, em junho de 1965. As informações são do g1.
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Na França, as empresas foram orientadas a “proteger os funcionários” e ainda, cerca de 200 escolas públicas, das 45 mil do país, vão fechar de forma parcial ou total na segunda, terça ou quarta-feira (2).
De acordo com as previsões meteorológicas, 84 das 95 regiões do país (excluindo os territórios ultramarinos) estão em alerta laranja nesta segunda e terça-feira (1). Nessas regiões, as temperaturas devem ultrapassar 40 °C e a onda de calor deve durar pelo menos até o meio da semana.
— Nunca vimos isso antes — disse a ministra da Transição Ecológica, Agnès Pannier-Runacher, na noite de domingo (29). Ela ainda conta que o apartamento em que vive é “simplesmente um inferno” devido às altas temperaturas.
Veja as medidas que cada país adotou
- Portugal: dois terços do país estavam em alerta máximo no domingo devido ao calor extremo e aos incêndios. Em Lisboa, as temperaturas deveriam superar os 42°C.
- Itália: o Ministério da Saúde italiano colocou 21 das 27 cidades monitoradas sob o nível mais alto de alerta de calor no domingo, incluindo destinos turísticos como Roma, Milão e Nápoles. Algumas regiões, como Lazio e Toscana, planejam proibir atividades de trabalho ao ar livre durante as horas mais quentes. Em Roma, turistas se aglomeravam em busca de sombra perto de pontos turísticos como o Coliseu e a Fontana di Trevi, usando guarda-chuvas e buscando fontes públicas para se refrescar.
- Grécia: o país está novamente em alerta máximo para incêndios florestais devido ao clima extremo. Um grande incêndio ocorreu ao sul de Atenas na quinta-feira, forçando evacuações e bloqueando estradas perto do antigo Templo de Poseidon. Os fortes ventos espalharam as chamas, danificando casas e cobrindo o céu com fumaça. As autoridades gregas mobilizaram 130 bombeiros, 12 aviões e 12 helicópteros para combater o incêndio, evacuando 40 pessoas de cinco áreas.
- Espanha: moradores e turistas tentaram se refrescar, com o país registrando temperaturas de até 42°C em Sevilha, no sul, e outras localidades nas regiões sul e central. As temperaturas no sul da Espanha ficaram acima das médias sazonais, levando a alertas de saúde. O serviço meteorológico nacional, Aemet, indicou que junho deve quebrar um novo recorde, tornando-se o mês mais quente desde o início dos registros.
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— Esse calor não é normal para esta época do ano — lamentou Diego Radamés, fotógrafo de 32 anos, que vive em Madri, onde os termômetros atingiram 40 °C.
Na Itália, 21 cidades estavam em alerta máximo no domingo devido ao calor extremo, incluindo Milão, Nápoles, Veneza, Florença e Roma, onde ambulâncias estão posicionadas perto de pontos turísticos. Os serviços de emergência dos hospitais italianos relataram um aumento de 10% nos casos de insolação, segundo Mario Guarino, vice-presidente da Sociedade Italiana de Medicina de Emergência, “principalmente nas cidades que registram não apenas temperaturas muito altas, mas também maior umidade”.
As principais vítimas são “idosos, pacientes com câncer ou pessoas em situação de rua sofrendo de desidratação, insolação e exaustão”.
Mudanças climáticas
De acordo com os cientistas, as ondas de calor recorrentes são uma consequência do aquecimento global e tendem a se tornar mais frequentes, duradouras e intensas. Segundo o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima da ONU), é “quase certo” que a frequência, intensidade e duração das ondas de calor aumentaram desde 1950 e continuarão a aumentar com o aquecimento global.
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Em Portugal, várias regiões do sul do país, incluindo a capital Lisboa, estão em alerta vermelho até a noite de segunda-feira. O risco de incêndios também é máximo, como na Sicília, onde os bombeiros combateram 15 focos no sábado.
Nas ruas de Lisboa, moradores e turistas tentam se proteger como podem. “Recomendamos que as pessoas fiquem em locais frescos, mesmo assim já registramos casos de insolação e queimaduras”, explicou a farmacêutica Sofia Monnteiro.
*Sob supervisão de Giovanna Pacheco
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