Em Santa Catarina, empresas de diversos setores estão adotando uma cultura de dados robusta para guiar decisões estratégicas e operacionalizar soluções de IA, em um movimento que consolida o estado cada vez mais como um polo tecnológico, impulsionado por dados qualificados. Nos últimos anos, o setor de tecnologia catarinense registrou números expressivos: segundo o Observatório ACATE, da Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (ACATE), o faturamento do segmento no estado atingiu R$ 42,5 bilhões em 2024, o que promoveu um crescimento de cerca de 11% no ano e elevou SC à 5ª posição nacional entre polos de TI. Além disso, a geração de empregos formais no setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) disparou: entre 2014 e 2024, houve um aumento de 57,2% no número de vagas formais, segundo dados da Secretaria de Estado do Planejamento (Seplan).

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Esse dinamismo se reafirma nas projeções para os próximos anos: de acordo com a ACATE, Santa Catarina deve gerar cerca de 100 mil novos empregos em tecnologia entre 2025 e 2027. Esses números refletem o crescimento de empresas de tecnologia e são também indicadores de que a digitalização, a análise de dados e a inteligência artificial não são mais apostas, e sim prioridades estratégicas.

Dados como combustível da IA

O uso de dados deixou de ser apenas uma consequência operacional para se tornar o combustível estratégico da inteligência artificial. Modelos de IA, previsão de demanda, automação de processos e análises preditivas dependem cada vez mais de dados limpos, estruturados e bem governados. Quando as empresas trabalham com bases mal organizadas, elas enfrentam problemas comuns, como previsões imprecisas, viéses em decisões automatizadas, falhas em atendimento automatizado, e desperdícios operacionais.

Por outro lado, com dados qualificados, é possível treinar modelos de IA de forma confiável e gerar insights que orientam a tomada de decisão desde a cadeia produtiva até o atendimento ao cliente. Empresas de diferentes portes em Santa Catarina têm adotado estratégias concretas para estruturar a coleta e análise de dados, passando por diversas etapas operacionais:

  • Governança de dados: muitas corporações estão criando áreas específicas de “Data & Analytics” ou equipes dedicadas à governança, para definir políticas de qualidade, acessos, métricas e responsabilidades.
  • Padronização e integração: sistemas de gestão como ERP, CRM e plataformas de e-commerce estão sendo integrados a bancos de dados centralizados, data lakes ou data warehouses, de modo a consolidar informação de diferentes fontes.
  • Capacitação: analistas, cientistas de dados e gestores recebem formação para interpretar relatórios, construir visualizações e traduzir os resultados em indicadores de gestão.
  • Ferramentas analíticas: uso crescente de plataformas de Business Intelligence (BI) e dashboards em tempo real, que permitem monitoramento contínuo de indicadores e tomada de decisão orientada por dados.
  • Coleta automatizada: sensores, internet das coisas (IoT) e automação industrial já são realidade em empresas catarinenses, especialmente na manufatura, para captar dados operacionais diretamente da produção.

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Liderança e cultura organizacional

A transformação para uma cultura de dados depende fortemente da adesão e incorporação da tecnologia, mas, sobretudo, da mudança cultural. Diretores, gerentes e líderes têm um papel fundamental para promover a orientação por dados em toda a organização. Eles precisam estabelecer métricas claras, realizar auditorias internas, garantir que as equipes adotem rotinas de conferência dos dados e incentivar a transparência, de modo que as decisões sejam justificáveis por números, não apenas por intuição.

Ainda assim, há resistências: algumas equipes podem ver a cultura de dados como uma sobrecarga, outras temem a perda de autonomia ou a exposição caso erros apareçam nos relatórios. O caminho tem sido aberto por empresas que combinam comunicação clara, treinamentos e incentivo a experimentações com pequenas iniciativas antes de escalar.

Santa Catarina possui um ambiente favorável para sustentar essa transformação: com centros tecnológicos, universidades e institutos formadores de talentos, todos os anos são formados novos profissionais que ocupam cargos de analistas, cientistas e engenheiros de dados. Além disso, o Centro de Informática e Automação do Estado de Santa Catarina (CIASC), empresa pública estadual de tecnologia, oferece infraestrutura de alta performance para armazenamento e processamento de dados, bem como soluções de Big Data para o setor público, o que reforça uma cultura local de dados também no serviço público.

Na esfera privada, o fato de Santa Catarina abrigar empresas maduras em tecnologia e inovação facilita parcerias, trocas de conhecimento e a construção de casos de sucesso.

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