Candidato a azarão na eleição presidencial de 2018, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) vai fazer sua terceira turnê catarinense em dois anos. Mais uma vez com o deputado federal Rogério Peninha Mendonça (PMDB-SC) como anfitrião, o polêmico parlamentar vai encontrar seu público nas três maiores cidades do Estado – Joinville, Florianópolis e Blumenau – em Jaraguá do Sul entre os dias 18 e 19 de maio.

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No vídeo em que ambos anunciam o giro catarinense, Peninha não mede as palavras e chama o colega de “nosso próximo presidente da República”. Nas outras vezes, cidades como Blumenau e Chapecó receberam Bolsonaro com grandes públicos e alguns protestos.

O improvável militar que virou deputado aos 35 anos – tomou posse em 1991 e desde então tem a Câmara Federal como sua caserna – ainda procura uma sigla que garanta sua candidatura e conta com as redes sociais para impulsionar sua pretensão de “endireitar o Brasil”. Não deve ser subestimado.

No Facebook sua página conta com quase 4 milhões de seguidores e apareceu com 11 pontos percentuais na última pesquisa presidencial CNT/MDA. Atrás de Lula (PT), tecnicamente empatado com Marina Silva (Rede) e Aécio Neves (PSDB), à frente de Ciro Gomes (PDT). Todos os quatro veteranos de campanhas presidenciais.

A presença de um nome com o perfil de Bolsonaro na disputa dá voz e voto ao eleitor conservador nos costumes, liberal na economia, assumidamente de direita e que reage com virulência a pautas que envolvam direitos humanos. Desde o impeachment de Fernando Collor de Mello, esse eleitor caminhou com o PSDB meio a contragosto.

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Da mesma forma, os tucanos aceitaram esse endosso com o nariz tapado. Uma cena clássica dessa situação foi o veto à presença de Bolsonaro junto a Aécio em um comício no Rio de Janeiro durante o segundo turno de 2014. O divórcio fica mais próximo se o ex-militar conseguir se viabilizar como candidato em 2018. Para isso, ele busca um partido, mobiliza redes sociais e viaja pelo país. É nesse contexto que entra esta nova turnê catarinense.

A aproximação com Peninha veio pelo projeto do peemedebista para revogar o Estatuto de Desarmamento. A simpatia virou amizade e deve resultar em apoio do parlamentar catarinense a Bolsonaro em 2018. Peninha será candidato à reeleição e afirma que não pretende deixar o PMDB. Acredita que como o partido não terá candidato ao Planalto, poderá pedir votos para o amigo. Até onde pode ir Bolsonaro é uma incógnita. Eleições mundo afora têm mostrado o avanço do tipo de discurso que ele representa.

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