A morte de cinco pessoas atropeladas em rodovias federais no feriadão de Páscoa e Tiradentes, entre 17 e 21 deste mês, trouxe à tona um problema que se intensificou na última semana. Dados revelam que as vítimas eram homens, entre 20 e 65 anos, que morreram atropeladas nas BRs 101 e 280.

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Veja as fotos do movimento nas rodovias de SC durante o feriado

O primeiro atropelamento fatal ocorreu na quinta-feira (17), às 6h30min, na BR-101, em Araquari. A vítima, um homem que não foi identificado, morreu no Km 74. Ainda na noite daquela quinta-feira, por volta das 20h, outro homem, de 45 anos, também morreu atropelado na rodovia, no Km 10, em Garuva.

Já no sábado (19), um jovem de 20 anos foi vítima de um atropelamento fatal na BR-101, no Km 276,6, em Imbituba, por volta das 18h40min. Também no sábado, um idoso de 64 anos morreu atropelado por um caminhão na BR-280, em Três Barras. Na segunda-feira (21), um homem de 39 anos morreu enquanto atravessava a BR-101, em Balneário Piçarras.

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O que diz a PRF

Para Adriano Fiamoncini, diretor de comunicação da Polícia Rodoviária Federal em Santa Catarina, os atropelamentos são reflexo da crescente urbanização no entorno das rodovias federais.

— Uma rodovia federal é feita para deslocamentos de longa distância e de riquezas. As cidades estão crescendo muito e engolindo as rodovias. Hoje, temos um trânsito intenso de pedestres que não deveriam estar ali. Muitos pontos são como shoppings a céu aberto — afirma Fiamoncini.

Das cinco mortes, duas ocorreram entre as 15 cidades com as maiores estimativas de crescimento populacional em 2024, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Fiamoncini explica que se há poucas rodovias estaduais com função de integração, as BRs acabam concentrando tráfego intenso e diversificado, incluindo veículos leves, pedestres e motocicletas de uso urbano, o que, segundo ele, passou a ser uma realidade frequente.

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— É muito difícil para um pedestre calcular o momento certo para atravessar uma rodovia porque os veículos transitam a mais de 100 quilômetros por hora, diferente de uma rua, onde os veículos vêm a 30 quilômetros por hora. É preciso investir em infraestrutura, melhorar a logística, tirar as rodovias principais das áreas urbanizadas e impedir a urbanização desenfreada às margens das rodovias — reflete Fiamoncini.

Conforme números da PRF, ao longo dos cinco dias de fiscalização, foram registrados 145 acidentes, nos quais 164 pessoas ficaram feridas e nove morreram. Os outros quatro óbitos envolveram motociclistas.

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