Um alerta emitido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nesta quinta-feira (13) destaca os riscos do uso inadequado da toxina botulínica, popularmente conhecida como botox, incluindo o botulismo. O botulismo é uma doença grave, não contagiosa, produzida por uma bactéria, a Clostridium botulinum, que ataca o sistema nervoso, o que pode causar paralisia muscular. Em alguns casos a doença pode levar à morte.
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A agência afirma que recentemente recebeu dois casos relatados de botulismo ligados ao uso da substância e reforça que procedimentos feitos com o composto injetável devem ser realizados por profissionais devidamente habilitados, em locais autorizados pela Vigilância Sanitária e com o uso de medicamentos registrados na Anvisa.
“Após revisão de dados de notificações e textos de bula disponíveis em outros países, a Agência solicitou que as empresas com produtos registrados com toxina botulínica incluam em bula o risco de que a toxina pode afetar áreas distantes do local da injeção, com a possibilidade de causar sintomas graves de botulismo, que podem surgir horas ou semanas após a aplicação”, informa a Anvisa.
Sintomas de botulismo e uso inadequado do botox
Segundo o Ministério da Saúde, os sintomas variam conforme o tipo de botulismo (alimentar, intestinal ou por ferimentos). Os mais comuns incluem:
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- Sintomas neurológicos: visão turva ou dupla, queda das pálpebras, dificuldade para engolir, boca seca, fraqueza muscular progressiva (da cabeça para o tronco e membros) e, em casos graves, dificuldade para respirar.
- Sintomas gastrointestinais: náuseas, vômitos, diarreia (comuns no botulismo alimentar) e prisão de ventre (especialmente em crianças com botulismo intestinal).
- Outros sintomas: dores de cabeça, tontura, sonolência e febre (no botulismo por ferimentos).
A toxina botulínica pode causar complicações graves, como insuficiência respiratória (principal causa de morte relacionada ao botulismo), dificuldades para falar e engolir, fraqueza muscular prolongada, fadiga, pneumonia por aspiração e outros problemas no sistema nervoso.
A diferença entre a doença e o uso medicinal ou estético da toxina está na dosagem e na forma de aplicação. Quando utilizada para esses fins, a toxina é purificada e diluída, sendo aplicada em quantidades controladas e seguras por profissionais habilitados.
A agência reforça que, ao apresentar sintomas de botulismo, é preciso buscar atendimento médico imediatamente, pois o tratamento precoce é crucial para evitar complicações graves. A Anvisa destaca a importância de informar à equipe médica sobre a aplicação de toxina botulínica e, se possível, fornecer dados como nome do medicamento, lote e fabricante. As informações podem agilizar o diagnóstico e orientar o tratamento de forma mais eficaz.
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Os pacientes têm o direito de ser informados sobre esses dados antes e durante o procedimento. Os profissionais de saúde, por sua vez, devem questionar sobre o histórico de aplicações anteriores (data, dose e indicação) para garantir intervalos seguros entre as aplicações.
*Sob supervisão de Andréa da Luz
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