Vale-peru, reajuste e benefícios: o que trava acordo na greve dos Correios

A greve dos trabalhadores dos Correios, que mobiliza ao menos nove estados, completou três dias nesta sexta-feira (19). Em meio às negociações, a ministra Kátia Magalhães Arruda, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), determinou que os sindicatos mantenham 80% do efetivo em atividade em cada uma das unidades da estatal.

Pela decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), os dirigentes sindicais também estão impedidos de atuarem na entrada das unidades para barrar a entrada de funcionários e de cargas postais por conta da paralisação.

Em caso de descumprimento da decisão, a ministra fixou multa diária de R$ 100 mil a ser paga pelo sindicato.

O NSC Total questionou os Correios nesta sexta-feira (19) sobre a situação da greve em Santa Catarina, mas não obteve retorno até a publicação.

Negociações

Em uma tentativa de chegar a um consenso com os funcionários em torno do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), os Correios propuseram, ainda na terça-feira (16), a concessão de reajuste pela inflação e cederam em outras cláusulas favoráveis à categoria, mas sem pagamento de vale-peru. Até então, a empresa vinha propondo reajuste zero diante da situação atual financeira.

Os funcionários querem manter benefícios, como adicional de 70% de férias, pagamento de 200% nos finais de semana e concessão de “vale-peru” de R$ 2,5 mil, mas os Correios vêm argumentando que o financeiro não permite.

Trabalhadores dos Correios em greve

Em Santa Catarina, os trabalhadores dos Correios entraram em greve na quarta-feira (17). Conforme nota da estatal no mesmo dia, apesar do movimento, nenhum serviço foi afetado e a empresa segue empenhada na construção de um consenso com as representações dos trabalhadores.

Os Correios apontaram que dos 36 sindicatos que representam os trabalhadores da estatal, 24 não aderiram ao movimento de paralisação, que está concentrado em Minas Gerais, Mato Grosso, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Ceará.

Confira a nota na íntegra

“Os Correios informam que todas as suas agências estão abertas e as entregas seguem sendo realizadas em todo o território nacional. Atualmente, cerca de 91% do efetivo da empresa está em atividade. Dos 36 sindicatos que representam os trabalhadores da estatal, 24 não aderiram ao movimento de paralisação. A adesão registrada é parcial e localizada, com concentrações em estados como Minas Gerais (MG), Mato Grosso (MT), Paraíba (PB), Paraná (PR), Rio de Janeiro (RJ), Rio Grande do Sul (RS), Santa Catarina (SC), São Paulo (SP) e Ceará (CE).

Para mitigar eventuais impactos operacionais, a empresa adotou medidas contingenciais que garantem a continuidade dos serviços essenciais à população.

Os Correios reafirmam seu compromisso com o diálogo responsável, a sustentabilidade da empresa e a preservação dos empregos. A estatal permanece empenhada na construção de um consenso com as representações dos trabalhadores, sob a mediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST).

A empresa segue à disposição dos clientes pelos canais de atendimento: 4003-8210 (capitais e regiões metropolitanas) e 0800-881-8210 (demais localidades)“.

*Com informações do site O Globo.