Se com restrições alimentares causadas por alergia e gostos pessoais já torna a tarefa de comer fora um pouco mais complicada, imagine para quem tem uma dieta específica, como os vegetarianos (veja tipos de vegetarianismo abaixo).

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Em uma sociedade que valoriza muito e que tem a cultura da carne animal, como a brasileira, comparecer a eventos ou mesmo pegar um voo mais longo podem ser desafios, como relatam os três vegetarianos com quem ZH conversou.

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– Minha maior dificuldade é comer fora e ter opções saudáveis. Sempre desconfio do garçom, pois eles dizem que os pratos não têm nada de caldo de galinha, de carne, mas sempre têm – garante Felipe Villela, que está indo estudar International Food & Agribusiness na Faculdade HAS University, na Holanda, mas que mora atualmente em Porto Alegre.

Para fugir do desconhecimento dos profissionais, o jeito encontrado é invadir a cozinha e questionar o próprio chef.

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A advogada Carla Blanco tem 37 anos e é vegetariana há 20. Ela concorda que o grande desafio está em comer em restaurantes. Para ter certeza que o alimento não possui nenhum traço de carne, Carla pergunta sempre para pelo menos dois funcionários antes de dar a primeira garfada. Outro problema é encarar o preconceito e a falta de conhecimento ao comer na casa de outras pessoas.

– Falta compreensão. Às vezes me oferecem frango ou peixe. Ou então um feijão que tem bacon e dizem “mas é só tirar” – reclama.

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Filho de vegetarianos, Felipe, que hoje tem 22 anos, segue esse tipo de alimentação desde que nasceu. Ele afirma nunca ter comido carne na vida. Mas e os churrascos de domingo?

– Eu sempre participo, mas levo minhas comidas. No final, todos comem mais o que eu levo do que o churrasco, pois querem experimentar algo novo e saboroso – se diverte.

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A psicóloga Juliana Pureza, 27 anos, oito de vegetarianismo, também adora participar de churrascos. Ela e o namorado, que também se converteu à ideologia, abusam de outros alimentos preparados na churrasqueira.

– Faço pão, batata, cebola, pimentão, tomate, abobrinha e, geralmente, as minhas coisas saem mais que a carne – comenta.

Comer em casa é a opção para quem não quer encarar o desconhecido

Depois dos restaurantes, outro desafio do pessoal que optou por retirar a carne do prato é a parte social. Festas de casamento ou formaturas nem sempre oferecem cardápios para quem segue a ideologia. O jeito encontrado pelos entrevistados é comer antes ou depois do evento.

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– Normalmente, já saio de casa alimentada porque não sei como vai ser – revela Carla.

Se tem algum grau de intimidade com os anfitriões, Juliana avisa que é vegetariana, mas não os obriga a oferecer algo diferenciado.

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– Quando chego no local, falo com o chef ou com os garçons. Eu vou resolver o meu problema- diz.

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Agradar os convidados que não comem carne é uma tarefa do dono da festa. Michelly Schutz, assessora de eventos, afirma que os clientes sempre sinalizam quando há necessidade de preparar algo diferente. Dessa forma, o setor de gastronomia desenvolve algo especial.

Companhias aéreas se adaptam ao estilo de vida

Quando o assunto é tirar os pés do chão e voar, os vegetarianos já têm opções para não passar fome dentro dos aviões. Gol e Avianca possuem opções direcionadas para o público que não consome carnes. Na primeira, o serviço de bordo é cobrado à parte. Na segunda, a oferta começou em 2012 e inclui um menu com vegetais, frutas frescas e legumes. Os passageiros com voos que durem mais de 60 minutos devem sinalizar a restrição no momento da compra sem custo adicional.

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Tam e Azul também têm cardápio que prestigia os vegetarianos. No entanto, o serviço só está disponível para voos internacionais. Pães, mandioca, saladas, frutas e tofu estão entre algumas das ofertas da Azul. Todos os serviços devem ser solicitados com antecedência.

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A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) ressalta que não regula o cardápio oferecido pelas companhias e que o serviço de bordo é opcional.