O envolvimento da Rússia na Síria torna ainda mais complexo o conflito que opõe desde o início de 2011 o regime de Bashar al Assad e seus opositores armados antes de entrar em cena inúmeros grupos, sírios e estrangeiros, e as grandes potências.
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O REGIME E SEUS ALIADOS
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O Exército sírio, que contava com 300 mil efetivos em suas unidades no começo do conflito, viu este número cair pela metade, seja por mortes, mutilações ou insubordinação.
As forças perderam dois terços do território do país para o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), curdos, rebeldes moderados e islamitas da Frente Al Nosra, braço sírio da Al Qaeda. No entanto, o território que ainda controlam é estratégico, já que compreende a capital, Damasco, as cidade de Homs e Hama, no centro, o litoral e parte da província de Alepo, ou seja, regiões nas quais vive a metade da população que ainda mora na Síria.
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– As milícias pró-regime contam com 150 mil a 200 mil homens. A principal, as Forças de Defesa Nacional (FDN, com cerca de 90 mil combatentes), foi criada em 2012.
Além desta, há uma multidão de milícias locais, que provém do Líbano, Irã, Iraque e Afeganistão. A mais importante é o Hezbollah libanês, que compreende entre 5 mil e 8 mil combatentes, segundo especialistas.
– Rússia: aliada de peso do regime de Damasco, nesta quarta-feira realizou seus primeiros ataques aéreos.
Nas últimas semanas não parou de reforçar sua presença, instalando uma base aérea no aeroporto de Latakia (oeste) e mobilizando seus aviões de combate, sistemas de defesa antiaérea e equipamentos modernos, parte dos quais foi cedida ao regime de Assad. Foram enviados pelo menos 1,7 mil soldados como reforço, segundo a imprensa russa.
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– Irã: principal aliado regional do regime sírio, enviou 7 mil membros da Guardiães da Revolução para apoiar o exército, assim como conselheiros militares e ajuda econômica.
OS REBELDES E A FRENTE AL NOSRA
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– Ahrar al Sham: um dos mais importantes grupos rebeldes, foi criado em 2011 e financiado pelos países do Golfo Pérsio e Turquia. Segundo especialistas, esta milícia está presente sobretudo no norte do país e na região de Damasco. De ideologia salafista, em 2015 se apresentou ao Ocidente como moderado.
– Frente Al Nosra: filiação síria da Al Qaeda, o mais importante grupo jihadista depois de seu rival, o Estado Islâmico. Liderado por Abu Mohamad al Jolani, é classificado como terrorista por Washington. Está aliado a outros grupos rebeldes, em particular às províncias de Idleb (noroeste) e Aleppo (norte). Também está presente perto de Damasco, no sul.
Estes dois grupos integram junto a outras milícias rebeldes menos importantes o “Exército da Conquista”. Financiado por países do Golfo, este derrotou por completo o exército na província de Idleb.
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– Jaish al Islam: o mais importante grupo rebelde na região de Damasco. É liderado pelo islamita Zahran Alluche.
– A Frente do Sul: composta por grupos armados não-islamitas, conquistou parte da província de Deraa (sul).
GRUPO ESTADO ISLÂMICO
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O grupo mais organizado, mais e rico e temido graças às atrocidades que comete, o EI conquistou desde o início do conflito metade do território sírio.
Liderado por Abu Bakr al Baghdadi, conta com dezenas de milhares de efetivos, combate ao regime, ao Al Nosra, aos outros grupos rebeldes e aos curdos. Em junho de 2014 proclamou um califado nos territórios conquistados na Síria e no vizinho Iraque.
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Quase 30 mil jihadistas estrangeiros chegaram em ambos os países desde 2011, a maioria para se filiar ao EI, segundo os serviços de inteligência americanos.
CURDOS
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Sobretudo presentes no norte e no noroeste da Síria, os curdos defendem eles mesmos suas regiões após a retirada do regime das mesmas. Receberam o apoio da coalizão internacional para vencer o Estado Islâmico (EI) em várias de suas cidades.
COALIZÃO INTERNACIONAL
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Diante das atrocidades cometidas pelo EI, os Estados Unidos e vários países árabes lançaram desde setembro de 2014 vários ataques aéreos contra os jihadistas do EI, sem conseguir neutralizá-los até agora. Outros países ocidentais, entre eles o Reino Unido e a França, se uniram.
* AFP