A rotina de Bart é a mesma há anos. Assim que acorda, ele pula animado, pedindo atenção da equipe veterinária da Diretoria de Bem-Estar Animal (Dibea) da Prefeitura de Florianópolis. Os funcionários o levam para brincar no pet place, oferecem carinho e os cuidados diários que podem. O espaço, porém, é o único lar que ele conhece desde filhote.

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Bart foi resgatado junto com a mãe, Ciça, uma pitbull. Ainda pequeno, foi adotado rapidamente — afinal, filhotes costumam ter mais chances. Mas a alegria durou pouco: a família que o levou para casa o devolveu quando ele tinha um ano, alegando que o cão “brincava demais”. Desde então, já se passaram sete anos, e Bart segue na Dibea, aguardando uma nova oportunidade.

Cães adultos e idosos não são a preferência na hora de adoção

Bart é apenas um entre os 17 cães que vivem há mais de cinco anos na Dibea. Ao todo, quase 50 animais já completaram pelo menos três anos no abrigo, à espera de uma família. Segundo o diretor de Bem-Estar Animal de Florianópolis, Filipe Vieira, o perfil das adoções ainda mostra preferência pelos filhotes.

“Temos muito mais procura por cães filhotes quando se trata de adoção. Mas isso é um mito. Os cães adultos precisam de menos adaptação, roem menos objetos e costumam ser bem mais tranquilos”, explica Filipe.

A Dibea realiza campanhas de adoção o ano todo e oferece castrações gratuitas para reduzir o abandono de animais na capital. Mesmo assim, muitos cães acabam esquecidos — especialmente os mais velhos ou de raças consideradas “difíceis”.

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Histórias de espera e esperança

Entre os veteranos da Dibea está Eva, que chegou em 2018 para ser castrada. Sua condição de saúde era delicada, e mesmo com o atendimento veterinário gratuito oferecido, foi abandonada pelo tutor. Desde então, vive na unidade, sempre alegre e carinhosa, mas com chances reduzidas de adoção por ser parte pitbull e estar entrando na velhice.

Eva, há 7 anos sonhando com uma família (Foto: Divulgação)

Outros nomes também marcam a lista dos que esperam há anos: Bali, há nove; Vanice e Dinho, há sete; Leon e Sheik, desde 2017. Arrow, Sansão, Cida, Tyler, Kaiser, Houdini, Bruce, Diógenes, Robertinho e Zulu chegaram em 2020 e seguem no abrigo. Nem todos têm um final feliz — ShangTsun, por exemplo, viveu cinco anos na Dibea e faleceu sem conhecer o amor de uma família.

ShangTsun, faleceu com idade avançada depois de esperar 5 anos por uma família (Foto: Divulgação)

Adoção responsável: um gesto que transforma vidas

A missão da Dibea nunca foi ser um lar permanente, mas sim um espaço de acolhimento, recuperação e recomeço. Cada cão que chega ali tem a chance de deixar para trás o abandono e encontrar o amor de uma família. “Esses animais não precisam de pena, mas de oportunidade. Eles têm tanto amor para oferecer quanto qualquer outro”, reforça o diretor.

Atualmente, cerca de 200 cães estão disponíveis para adoção na Dibea. Todos são vacinados, castrados e aguardam apenas um olhar de empatia para recomeçar.

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Quer adotar? Conheça os cães que esperam por adoção no site dibea.floripa.sc.gov.br, ou chame a Dibea pelo WhatsApp para adoção: (48) 93300-8202.

Fique por dentro das ações realizadas na capital através do canal Florianópolis, uma cidade para todos no NSC Total.
    

Conforme Lei nº 10.199, a Prefeitura informa que a produção deste conteúdo não teve custo e sua veiculação custou em média R$ 2.550,00.