Com 38 anos dedicados a cuidar da saúde e do bem-estar do próximo, Antonio Miranda acumula experiência e aprendizado. Médico infectologista do Hospital Nereu Ramos, em Florianópolis, é uma referência na área. E com a mesma serenidade com que avalia e tece diagnósticos aos pacientes, o especialista recebeu a reportagem na tarde da última quarta-feira para falar sobre o vírus que tem se espalhado pelo mundo.

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Miranda não economizou palavras para tranquilizar aqueles atingidos pelo pânico provocado por muitas pessoas desde que houve a confirmação de um caso de coronavírus no Brasil:

– É um vírus frágil, de baixíssima letalidade e não há porquê de as pessoas terem tanto receio, tanto pânico – pontuou.

Assista ao vídeo:

O que já se sabe sobre o coronavírus:

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(Foto: Arte NSC)

Como é feito o diagnóstico do novo coronavírus?

O diagnóstico do novo coronavírus é feito com a coleta de materiais respiratórios (aspiração de vias aéreas ou indução de escarro). É necessária a coleta de duas amostras na suspeita do coronavírus.

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As duas amostras serão encaminhadas com urgência para o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen).

Uma das amostras será enviada ao Centro Nacional de Influenza (NIC) e outra amostra será enviada para análise de metagenômica.

Para confirmar a doença é necessário realizar exames de biologia molecular que detecte o RNA viral. O diagnóstico do novo coronavírus é feito com a coleta de amostra, que está indicada sempre que ocorrer a identificação de caso suspeito.

Orienta-se a coleta de aspirado de nasofaringe (ANF) ou swabs combinado (nasal/oral) ou também amostra de secreção respiratória inferior.

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Os casos graves devem ser encaminhados a um Hospital de Referência para isolamento e tratamento. Os casos leves devem ser acompanhados pela Atenção Primária em Saúde (APS) e instituídas medidas de precaução domiciliar.

Como é feito o tratamento do novo coronavírus?

Não existe tratamento específico para infecções causadas por coronavírus humano. No caso do novo coronavírus é indicado repouso e consumo de bastante água, além de algumas medidas adotadas para aliviar os sintomas, conforme cada caso, como, por exemplo:

– Uso de medicamento para dor e febre (antitérmicos e analgésicos);

– Uso de humidificador no quarto ou tomar banho quente para auxiliar no alívio da dor de garanta e tosse;

– Assim que os primeiros sintomas surgirem, é fundamental procurar ajuda médica imediata para confirmar diagnóstico e iniciar o tratamento;

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Todos os pacientes que receberem alta durante os primeiros 07 dias do início do quadro (qualquer sintoma independente de febre), devem ser alertados para a possibilidade de piora tardia do quadro clínico e sinais de alerta de complicações como: aparecimento de febre (podendo haver casos iniciais sem febre), elevação ou reaparecimento de febre ou sinais respiratórios, taquicardia (aumento dos batimentos cardíacos), dor pleurítica (dor no peito), fadiga (cansaço) e dispnéia (falta de ar).

Se você viajou para a China nos últimos 14 dias e ficou doente com febre, tosse ou dificuldade de respirar, deve procurar atendimento médico imediatamente e informar detalhadamente o histórico de viagem recente e seus sintomas.

*Fonte: Ministério da Saúde

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