Um vídeo flagrou a ação irregular de um dentista e da auxiliar que usavam um “dedo de silicone” para bater ponto em Schroeder, no Norte de Santa Catarina. O caso ganhou repercussão depois da prisão dos dois servidores públicos na última sexta-feira (11). Após audiência de custódia, a dupla ganhou o benefício da liberdade provisória, ainda assim, devem cumprir uma série de obrigações.

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Uma das evidências da irregularidade foi flagrada em 7 de novembro, dia da prisão dos suspeitos. O histórico do ponto eletrônico aponta que o dentista, por exemplo, teria chego à Unidade Básica de Saúde (UBS) por volta das 7h. No entanto, imagens da câmera de segurança mostram que o profissional entrou no local apenas depois das 9h.

Veja imagens do caso

Durante audiência de custódia na última sexta-feira (7), conforme o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), foi homologada a prisão em flagrante e concedido o benefício da liberdade provisória à parte custodiada, mediante o cumprimento das medidas cautelares, sob pena do descumprimento implicar decretação da prisão preventiva.

Entre as medidas estão as exigências dos suspeitos comparecerem a todos os atos do processo a que forem intimados, informar e manter atualizados os endereços e telefones, não cometer novas infrações penais. Além disso, também foi estabelecida a proibição de se ausentar da comarca em que residem, por mais de 15 dias, sem prévia autorização judicial.

Veja o vídeo da câmera de segurança

Em nota ao NSC Total, o escritório Melo & Rodniski Advocacia, como representante legal dos envolvidos, informou que tem pleno conhecimento dos fatos objeto da investigação atualmente em curso. “Cumpre destacar que o referido procedimento encontra-se sob análise das autoridades competentes, motivo pelo qual não serão emitidos comentários acerca do mérito nesse momento, a fim de preservar a lisura da apuração e o devido processo legal”, afirmou.

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Além disso, reforçou que os envolvidos permanecem à disposição das instâncias competentes para
todos os esclarecimentos necessários.

Relembre o caso

Dois servidores municipais foram presos em Schroeder, no Norte de Santa Catarina, por usar um “dedo de silicone” para bater ponto em uma Unidade Básica de Saúde (UBS). A prisão da dupla aconteceu na manhã de sexta-feira (7) após investigação da Polícia Civil. O dentista e a auxiliar devem responder por falsidade ideológica e estelionato.

Segundo o delegado da Polícia Civil de Schroeder, Evandro Luiz Oliveira, a auxiliar de dentista tem 15 anos de atuação no município. Os dois servidores eram concursados e atuavam juntos em uma UBS.

Conforme a investigação, que partiu de uma denúncia, a auxiliar tinha a digital do dentista “impressa” em peças de silicone para fraudar a biometria onde ambos trabalhavam. 

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Ainda não se sabe com qual frequência a falsificação ocorria, mas o delegado acredita que a fraude começou a ser aplicada no início deste ano.

Durante a investigação, a Polícia Civil cruzou imagens de câmeras de segurança com os registros de biometria da UBS para confirmar a denúncia. Assim, foi constatado que tinha ponto batido em dias em que o dentista nem chegou a ir até a unidade.

A dupla foi presa na manhã de sexta e os dois já prestaram depoimento. Os servidores foram encaminhados à Central de Flagrantes de Jaraguá do Sul.

A Polícia Civil de Schroeder também já ouviu o secretário e a diretora de saúde do município, além da enfermeira responsável pela UBS onde os suspeitos trabalhavam. Segundo o delegado, o município foi prestativo e se colocou à disposição para ajudar na investigação. 

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Os dois devem responder por pelo menos dois crimes, de falsidade ideológica e por estelionato, já que o dentista teria recebido salário de cargo público sem ter prestado o serviço à comunidade.

Em nota oficial, a prefeitura de Schroeder afirmou que participou e colaborou com as autoridades durante toda a análise do caso e instaurou processo administrativo para apurar a conduta dos servidores. A administração reforçou o compromisso com a transparência, a ética e o combate a qualquer tipo de irregularidade no serviço público.