O Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é uma condição neurológica que afeta uma parcela considerável da população mundial, estimada entre 5% e 8%, conforme a Associação Brasileira do Déficit de Atenção. Embora frequentemente diagnosticado na infância, o TDAH também se manifesta em adultos, que muitas vezes levam tempo para obter um diagnóstico preciso.
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A predisposição genética desempenha um papel importante no desenvolvimento do TDAH, sendo comum que pais identifiquem em si mesmos características do transtorno ao acompanharem seus filhos em consultas médicas.
A explicação é do professor de psiquiatria Luiz Augusto Rode, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
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Como saber se tenho TDAH?
Quem diagnostica o TDAH é um psiquiatra, após testes feitos por um neuropsicólogo. Mas alguns sintomas comuns às pessoas que sofrem com o quadro são bem conhecidos.
Um dos sinais mais evidentes do TDAH é a dificuldade em manter o foco e a atenção. Em crianças, essa desatenção pode se traduzir em baixo rendimento escolar.
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Nos adultos, a falta de atenção pode impactar negativamente o desempenho profissional e acadêmico. A procrastinação, ou seja, o hábito de deixar tarefas para a última hora, é uma característica comum em indivíduos com TDAH.
É importante distinguir a desatenção situacional, causada por estresse, da desatenção persistente e prejudicial que caracteriza o TDAH. A facilidade com que a pessoa se distrai e a tendência de iniciar múltiplas tarefas sem concluir nenhuma são outros sintomas clássicos.
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Pessoas hiperativas
A hiperatividade, frequentemente observada em crianças como uma dificuldade em permanecer parado, tende a se manifestar de formas mais sutis em adultos.
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Movimentos repetitivos, como balançar as pernas, roer as unhas ou ranger os dentes, podem ser sinais de hiperatividade em adultos. Indivíduos com TDAH tendem a sentir tédio rapidamente e a buscar novos estímulos para manter o interesse, o que pode ser perigoso em situações como a direção de veículos.
Outras manifestações
A ansiedade frequentemente acompanha o TDAH, intensificando a desatenção, a procrastinação e a hiperatividade. A ansiedade também pode estar ligada à impulsividade, que se manifesta por impaciência, irritabilidade e imediatismo.
Pessoas com TDAH podem ter dificuldade em esperar sua vez e se estressam com facilidade. A tendência de interromper conversas não é intencional, mas reflete a dificuldade em aguardar o momento de se expressar.
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O crescimento dos casos de TDAH
O professor Luiz Augusto Rode ressalta que o TDAH sempre existiu, mas atualmente tem recebido a devida atenção e tratamento. É fundamental estar atento aos sintomas e buscar ajuda profissional quando eles interferirem na rotina diária.
O reconhecimento e o acolhimento de pessoas com TDAH nos serviços de saúde e educacionais têm melhorado, assim como a abordagem de antigos estigmas, permitindo um diagnóstico e tratamento mais adequados.
Atualmente, existem diversas medicações, inclusive distribuídas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que auxiliam no controle dos sintomas e na melhoria da qualidade de vida dos pacientes.
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