Análise
O cenário menos esperado se desenhou no julgamento do impeachment da equiparação salarial em Santa Catarina: Daniela Reinehr trocará a cadeira de vice pela de governadora do Estado. Por até 180 dias, Carlos Moisés da Silva fica fora do comando do Centro Administrativo. A explicação para o que ocorreu na noite de sexta-feira, 23 de outubro, está na política.
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Também em crise com seus colegas de partido da Assembleia Legislativa (Alesc), Daniela contou com o voto de um pesselista, Sargento Lima (PSL), para se livrar do processo de impeachment. A articulação política que faltou ao agora governador afastado fez a diferença para Daniela. Enquanto os deputados do PSL abandonaram Moisés, a agora governadora interina teve ao seu lado o apoio político fundamental para salvá-la do afastamento.
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Graças ao voto dividido do parlamentar é que Ricardo Roesler desempatou e colocou Daniela Reinehr no novo cargo. Ela e Lima conversaram nos últimos dias. Foi quando o deputado teria mudado o voto que havia dado dentro do plenário da Alesc na votação pela admissibilidade do impeachment em 17 de setembro.
Para completar, Daniela ainda teve quatro votos importantes entre os desembargadores. A advogada da governadora, Ana Blasi, bastante renomada nos bastidores, saiu ainda mais fortalecida após a sessão.
Os posicionamentos dos cinco deputados e cinco desembargadores no Tribunal de Julgamento destacaram as particularidades de cada função. Políticos pela essência, os parlamentares seguirem pelo caminho que lhes é mais habitual. Os votos foram essencialmente baseados na política e seus movimentos.
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Ainda mais por ter sido dentro do plenário da Alesc, a votação deixou os deputados à vontade. Por outro lado, os magistrados foram diretos à técnica em suas análises, independetemente da escolha durante a votação. Em determinados momentos, houve troca de farpas entre os políticos e juristas.