A poucos dias do famigerado recesso parlamentar de final de ano, a Câmara de Vereadores de Florianópolis passa por uma crise existencial. Ou pelo menos deveria passar. Os recentes episódios públicos e vergonhosos de brigas entre parlamentares trazem à tona a necessidade de reflexão sobre o papel central de um vereador.
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Acima de qualquer coisa, os atos deveriam ser focados na população com discussões de projetos, audiências públicas, comissões permanentes, entre outros. Mas os parlamentares fizeram de 2019 um ano político na Câmara. A antecipação do cenário eleitoral prejudicou Florianópolis. Há muito mais briga por espaço do que briga pela cidade. Quem denuncia mais, quem questiona mais, quem defende mais.
Criaram-se, então, as rixas. A disputa política transcendeu limites e passou a ser pessoal. Um espaço democrático deveria repudiar tapas em celular ou projetos jogados à mesa. Somente neste ano, em pelo menos duas oportunidades a sessão foi encerrada antes da hora por discussões. Neste casos, a Capital catarinense perdeu para o bate-boca. Projetos interessantes foram aprovados, mas ficaram em segundo plano pela insistência dos vereadores em protagonizar de forma errada.
Um vereador deve figurar pelo que fez pela cidade. É isso que os eleitores esperam. Não por aparecer mais nas brigas ou nas redes sociais. Mesmo depois do lamentável episódio da terça-feira, 26 de novembro, o clima não melhorou. Ainda há divergências públicas em tom de enfrentamento. Em um parlamento o clima deve ser de debate, divergências, discussões. Mas todas elas saudáveis, com foco naquilo que interessa.
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