Eleito em 2018 na onda 17, Carlos Moisés da Silva deixou uma lição bem clara: o bolsonarismo tem um alto custo. Eleger-se pelo movimento gera uma dívida, e ela precisa ser paga com decisões alinhadas ao que pensam os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Quem distancia-se, como fez Moisés, é considerado traidor. Diante desta lição, Jorginho Mello foi quem decidiu concorrer nesse ano dentro da onda, desta vez do 22. Eleito com números bem semelhantes ao de Moisés, o governador eleito pelo PL começa a receber os “boletos” dos bolsonaristas.
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Nas redes sociais, o atual senador é cobrado por seguidores. Eles esperam que Jorginho apoie os questionamentos feitos pelo PL aos resultados das urnas nas Eleições 2022. O governador eleito prefere evitar o assunto. Quando fala sobre a eleição nacional, é taxativo: “Lula ganhou a eleição, ele ganhou”, como disse na sexta-feira passada em uma palestra para empresários na Fiesc.
Mesmo diante das cobranças de seguidores, Jorginho mantém-se fora da polêmica. Até agora, ele não fez qualquer menção ao pedido do PL para que votos sejam anulados. Assim, a cobrança dos bolsonaristas segue constantes. Em um dos comentários, um seguidor lembrou de Moisés, “o traidor”, para alertar que Jorginho não deve seguir o mesmo caminho.
Para “pagar a fatura” do bolsonarismo, entretanto, Jorginho teria que se distanciar do discurso democrático e contido que sempre manteve no período eleitoral. Moisés não quis seguir por este caminho e nem pelos demais exigidos por grupos mais radicais dos apoiadores de Bolsonaro.
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Resta saber se o governador eleito em 2022 se manterá na mesma postura ou se vai ceder para garantir-se dentro da onda.
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