Reitor da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc) desde 2004, Aristides Cimadon é cotado para ser ministro da Educação. A informação foi divulgada pela CNN, neste sábado. Em sua página no Facebook, em novembro de 2018, Cimadon escreveu que “Enem é exame para nada”. Nos bastidores, o comentário é de que a indicação partiu do senador Jorginho Mello (PL), que é próximo ao presidente Jair Bolsonaro. Na eleição de 2018, Cimadon fez campanha para Jorginho. 

Continua depois da publicidade

Sobrevoo de Bolsonaro em Santa Catarina: ainda falta o mais importante

O governo procura alguém para comandar o Ministério da Educação após a dupla polêmica da saída de Abraham Weintraub e da desistência de Carlos Decotelli. Até sexta-feira, o nome mais forte para assumir a função era Renato Feder, secretário de Educação do Paraná. De acordo com a CNN, uma reunião entre ele e Bolsonaro marcada para esta segunda-feira foi desmarcada. O nome da vez se tornou o reitor da Unoesc. Cimadon também já foi presidente do sistema Acafe, entre 2014 e 2016.

Ele é formado em pedagogia e filosofia pela Universidade de Passo Fundo (UPF-RS) e em Direito pela Unoesc. É mestre em Educação pela PUC-RS em Direito pela UFSC. Cimaodn também tem em seu currículo o título de doutorado em Ciência Jurídica pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali).

Em artigo publicado recentemente no blog do professor Cesar Pasold, o reitor fez uma análise sobre a educação brasileira durante o coronavírus. Em trecho, ele expôs parte da sua visão sobre o cenário: “Historicamente, o Brasil sempre conviveu, sem muita rebeldia, com uma estrutura normativa educacional inflacionária, centralizada e injusta. O País dispensa vultosos recursos com a educação superior pública e, apesar de alguns programas assistenciais, deixa à margem alto percentual de jovens de baixa renda que, se quiserem formação superior, devem se dirigir ao ensino pago”.

Continua depois da publicidade

Na visão dele, as instituições públicas também deverão sofrer mudanças diante do atual cenário: “Há um crescente clamor crítico a elas dirigido, sobretudo relacionado a seus precários resultados, se considerados os recursos públicos consumidos. Entende-se que a educação superior pública brasileira precisa ser revista de forma acelerada após a pandemia, apesar das resistências”.

Em 2018, quando reclamou do Enem, o reitor da Unoesc também criticou o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade): “Conclamamos aos educadores de bem a se juntarem para mudar a regulação educacional do país. Enem e Enade, por exemplo, são exames nacionais que não ajudam em nada. São despesas desnecessárias”.

A coluna procurou Cimadon. Ele classificou como “especulações” a possibilidade de que ele assuma o ministério.