Sobrevoos presidenciais em áreas atingidas por fenômenos naturais fazem parte da rotina catarinense. A vinda de Jair Bolsonaro a Santa Catarina, neste sábado, foi mais uma delas. Rápida, como havia sido anunciada, para sobrevoar os danos do ciclone. O próprio cronograma da viagem previa duas horas entre o pouso em Florianópolis e o retorno para Brasília. Mas outro ponto chama mais atenção na vinda de Bolsonaro ao Estado: faltou o anúncio de recursos, a parte esperada por municípios severamente atingidos pelo temporal da terça-feira.
Continua depois da publicidade
Decreto de calamidade pública agiliza na busca de recursos, diz chefe da Defesa Civil
Por enquanto, ficou só na promessa: "o governo federal se coloca à disposição dos senhores". O problema é que a recuperação não pode esperar, é urgente. Em cidades como Governador Celso Ramos, por exemplo, a estimativa de prejuízo ficou em torno de R$ 100 milhões. O governo federal precisa avançar, estabelecer um plano com recursos consideráveis conforme o tamanho dos estragos.
Ainda na noite de quinta-feira, quando anunciou a vinda ao Estado, o presidente se utilizou da mesma expressão – "à disposição" – para dizer que o governo federal ajudaria os atingidos. Por isso também é que neste sábado faltou avançar.
A vinda de Bolsonaro ao Estado somente pode representar algo de concreto, além do capital político, caso a ajuda financeira chegue na ponta. Sobrevoar os danos ajuda a tomar decisão, claro, mas está bem distante de uma ação efetiva. Faltou ao presidente, neste sábado, um anúncio de socorro emergencial.
Continua depois da publicidade
Nas redes sociais, o senador Jorginho Mello (PL), um dos organizadores da vinda do presidente ao Estado, escreveu: “veio, ouviu com atenção e voltamos juntos a Brasília, com o compromisso reiterado por ele (Bolsonaro) de ajudar com agilidade na nossa reconstrução”. A vice-governadora de SC, Daniela Reinehr, sinalizou que o governo federal espera o levantamento dos danos para saber quanto enviar.
As famílias com casas destelhadas ou totalmente danificadas não esperam. O governo federal, como sim as demais esferas, precisam reagir. O sobrevoo, seja ele de qual presidente for, é muito mais político do que efetivo. O que importa mesmo para as pessoas é a recuperação do que foi atingido.
Leia também:
Bolsonaro e Moisés: socorro aos atingidos pelo ciclone deve ser imediato