O ponto facultativo decretado pelo prefeito de Florianópolis, Topázio Neto (PSD), na última quarta-feira (30), limitou os atendimentos na área da saúde na Capital catarinense. Com isso, assim como ocorreu no feriado de 1º de maio, nesta sexta-feira (2) os Centros de Saúde, Policlínicas, CAPs e o Lamuf estão fechados. Funcionam somente as UPAs, o Caps 24H, o Espaço Acolher e o Alô Saúde. A medida contrasta com um outro decreto assinado por Topázio, nesta quinta (1º), onde ele estabeleceu situação de emergência em saúde na cidade por causa do aumento dos casos de doenças respiratórias.

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A explicação da prefeitura de Florianópolis é de que os atendimentos para os casos de doenças respiratórias são feitos, principalmente, em UPAs e hospitais. Além disso, o município justifica que assinou o decreto de emergência pela pressão nas UTIs estaduais, e que não há aumento de registros nos postos. Por fim, a prefeitura orienta que as pessoas busquem por vacinação. Nesta sexta-feira (2), há dois locais da cidade com as vacinas disponíveis, na Igreja Palavra Viva, no Morro das Pedras, e na van que fica no Ticen.

Na prática, porém, o recado deixado para a prefeitura é de contradição. Mesmo que a preocupação maior esteja nas UTIs dos hospitais, os Centros de Saúde deveriam ser essenciais justamente para se evitar que as pessoas procurem outras portas de entrada e sufoquem ainda mais as unidades. Além disso, a prefeitura não anunciou um plano de ação específico para a questão, algo que poderia envolver os prédios públicos que estão fechados.

Até mesmo na vacinação o fechamento dos Centros é contrassenso. Apenas dois locais da cidade estão abertos para que as pessoas se vacinem nesta sexta-feira, injustificável em tempos de crise em saúde, como estabeleceu o decreto de emergência.

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Mais do que um erro estratégico, a contradição entre os decretos é um sinal ruim para a população. Enquanto poder público, o município deveria dar os sinais de que a cidade vive em cenário complicado. Com portas fechadas, entretanto, o recado é outro. A prioridade parece ser colocada apenas no colo do cidadão.

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