Arte NSC
(Foto: Arte NSC)

Não tinha como ser diferente a decisão de Joaquim Levy de deixar a presidência do BNDES. Depois que o presidente Jair Bolsonaro lavou a roupa suja em público, no sábado, ao afirmar que estava “por aqui” com Levy e que este deveria demitir um diretor do banco ou seria mandado embora, a situação ficou insustentável.

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O impacto que mais essa canelada terá no mercado saberemos nesta segunda-feira (17), mas deve ser menor do que se o fato tivesse ocorrido durante a semana. O próprio Bolsonaro tem consciência disso, tanto que durante encontro com jornalistas contou que disse para o filho Carlos que uma frase equivocada “mexe na bolsa, mexe na vida de milhões de pessoas”. É no mínimo curioso, o presidente não seguir o seu próprio conselho. Ainda mais que o poder de decisão, da caneta Bic como gosta de ressaltar, é dele.

Se não está satisfeito com o trabalho apresentado, basta uma decisão como presidente para mudar as coisas. Esses recados públicos até podem agradar a plateia, mas o impacto, tanto político quanto econômico, tende a ser mais negativo para o país.

Moro no Senado

Apesar dos novos vazamentos, o ministro Sergio Moro (Justiça), confirmou à coluna que irá sim comparecer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, na quarta-feira. Ele irá falar sobre as trocas de mensagens com o coordenador da Força-Tarefa da Lava-Jato, Deltan Dallagnol, que foram divulgadas pelo Intercept Brasil. Nos bastidores se fala que o ex-juiz estaria sendo aconselhado a desistir para evitar um desgaste ainda maior.

Correios

O anúncio da demissão do presidente dos Correios, general Juarez Cunha, acusado pelo presidente Jair Bolsonaro de ter comportamento de “sindicalista”, acendeu as opiniões favoráveis à privatização da estatal. A deputada Caroline De Toni (PSL-SC) é uma das porta-vozes da ideia. Segundo a catarinense, os motivos principais para a venda são a corrupção, o loteamento político de cargos e o custo dos serviços. Na quarta-feira, o Congresso vai discutir os impactos da abertura de capital dos Correios em uma audiência pública da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática.

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