Um advogado e dois policiais militares da mesma família foram presos nesta sexta-feira (18), suspeitos de obstruírem investigações da Polícia Federal que envolvem os ganhos financeiros do tráfico internacional de drogas. A operação, chamada de Oitavo Mandamento, foi deflagrada pela PF em parceria com a 3ª Região da PM, nas cidades de Navegantes, Itajaí e Balneário Camboriú.

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As investigações começaram em maio, quando uma viatura descaracterizada da PF foi abordada pela Polícia Militar em meio a um trabalho de campo. Segundo o delegado Oscar Biffi, chefe da Delegacia da Polícia Federal em Itajaí, descobriu-se que o chamado da ocorrência havia partido de um policial militar, irmão do advogado que representava diversos criminosos envolvidos em tráfico de cocaína por meio dos portos no Estado.

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A investigação apurou que os policiais verificavam constantemente não apenas os dados dos criminosos, mas também consultavam placas das viaturas descaracterizadas da Polícia Federal, para acompanhar o andamento das operações.

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– Eles acompanhavam todos os registros daqueles criminosos, de forma sistemática. Havia consulta ao sistema dentro do escritório do advogado, fora do horário de trabalho, ou seja, estavam acompanhando os registros daqueles que o irmão fazia a defesa – afirma o delegado.

As suspeitas são de que essas informações serviam para promover ações de contravigilância e para oferecer medidas de proteção aos clientes do advogado. Os criminosos são investigados nas operações The Wall e Alba Virus, deflagradas no ano passado em Itajaí e Santos, simultaneamente. Foram 24 mandados de prisão na Operação The Wall, e outros 18 na Operação Alba Vírus, que também contou com o sequestro de R$ 23 milhões em imóveis.

Apoio da PM

A PF contou com o apoio da Polícia Militar nas investigações contra os dois policiais. Ambos foram afastados preventivamente de suas funções pela Justiça, e estão proibidos de se aproximarem dos batalhões onde trabalham.

Além dos três mandados de prisão, que são temporários, também foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão. A polícia recolheu documentos, celulares e notebooks.

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A PF pede que quem tiver informações que possam ajudar a esclarecer o caso faça denúncias por meio do Whatsapp, no número 47 3249 6778. Os crimes investigados incluem obstrução de justiça e violação de sigilo profissional.

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