O primeiro – e possivelmente último – debate entre Donald Trump e Kamala Harris, marcado para as 21h de terça-feira pela rede ABC, promete ser decisivo para as eleições nos Estados Unidos. A democrata e o republicano chegarão para o embate tecnicamente empatados, com diferença de apenas um ponto percentual segundo pesquisa do The New York Times em parceria com o instituto Siena College.
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Será a segunda vez, na atual corrida eleitoral, que um debate tem potencial para um turning point. O primeiro, em junho, ficou marcado pelo mau desempenho de Joe Biden, que dinamitou a confiança em sua candidatura e resultou na desistência do atual presidente em disputar as eleições.
Muito mudou no cenário americano desde então. Donald Trump foi vítima de um atentado e celebrado em uma convenção histórica. Mas o pêndulo da atenção pública se voltou aos democratas com a ascensão de Kamala Haris ao posto de candidata, semanas depois.
O fator novidade conta a favor de Harris – mas este também é o calcanhar de Aquiles dos democratas. Kamala entrou tardiamente na disputa, e a mesma pesquisa que apontou empate técnico com Trump indicou que o eleitor não conhece suficientemente bem a candidata. É o oposto da sensação em relação a Donald Trump, que, ainda de acordo com as pesquisas, tem um voto mais consolidado.
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Por outro lado, o candidato republicano preparou uma campanha que teria Joe Biden como oponente – e enfrentará uma novidade na disputa, o que torna o embate mais desafiador, mesmo para o experimentado Trump.
É nesse cenário que os 90 minutos de debate se tornam tão cruciais. Com os dois candidatos tão próximos numericamente, um escorregão ou um golpe certeiro no adversário poderão fazer toda a diferença. Ainda que os pesquisadores indiquem que debates não são o melhor chamariz para novos votos, um erro pode ser fatal e minar um voto em potencial.
Os democratas reconhecem que será um teste de fogo para a candidatura de Kamala Harris, que tem se esquivado da maioria das entrevistas e prefere eventos bem roteirizados. Ela está desde a última quinta-feira na Pensilvânia, em preparação para o debate.
Trump, por sua vez, intensificou as agendas públicas às vésperas do embate, em uma estratégia absolutamente diversa.
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A esta altura, há apenas um vencedor: o debate televisivo, que teve nestas eleições seu retorno triunfante como o grande momento de uma disputa eleitoral nos Estados Unidos, em plena era das redes sociais. A BBC avaliou que, diante da derrocada de Biden em junho e da expectativa para esta terça, a temporada atual já é a mais impactada pelos debates televisivos desde que o formato foi usado pela primeira vez nos EUA, há seis décadas.