O resultado do PIB divulgado nesta sexta-feira (15) pelo IBGE é histórico para Itajaí. A cidade do Litoral Norte ultrapassou Joinville e ocupou o primeiro lugar entre as maiores economias de Santa Catarina.

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Na análise, que corresponde ao ano de 2021, o PIB de Itajaí alcançou R$ 47 bilhões, contra R$ 45 bilhões de Joinville. A cidade também passou a integrar o seleto “grupo dos 25” – a lista dos 25 municípios brasileiros que concentram um terço da economia do país.

O resultado era aguardado com expectativa pelo setor econômico do Litoral, que já esperava uma guinada positiva. Mas, ao contrário do que se poderia supor, a cadeia portuária – embora fundamental – não foi a principal responsável pelos bons ventos na economia itajaiense. Secretário de Desenvolvimento Econômico de Itajaí, Thiago Morastoni diz que a cidade recebeu um impulso com a diversificação da economia.

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Um dos destaques está na construção naval: a produção de fragatas para a Marinha do Brasil – um projeto orçado em R$ 11 bilhões – se tornou uma das grandes molas propulsoras da economia local. Já em 2021, na fase inicial do programa, o Consórcio Águas Azuis, responsável pela construção dos navios, alcançou o segundo lugar entre os maiores arrecadadores de ISS do município.

Está atrás apenas de uma empresa de tecnologia, outro setor que ganhou destaque na economia de Itajaí ao longo dos últimos anos. A cadeia portuária, em suas diferentes etapas – incluindo logística e armazenagem, por exemplo – ocupa o 4º e o 5º lugar na arrecadação, segundo Morastoni.

Outro setor que registrou alta vertiginosa foi a construção civil. A valorização imobiliária ocasionou um boom de novas obras que levaria, dois anos depois, a cidade a integrar o ranking dos municípios com o metro quadrado mais caro do país.

O salto ajudou a manter a concentração urbana Itajaí – Balneário Camboriú em primeiro lugar entre as regiões no Estado, com um PIB de mais de R$ 60 bilhões. Em 2020, na análise que foi divulgada pelo IBGE no ano passado, o eixo Itajaí – Balneário já era o mais rico de Santa Catarina.

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Revisão no IBGE

O resultado é histórico para Itajaí porque esta não é a primeira vez que a cidade lidera a lista das maiores economias do Estado. Em 2014, os resultados do PIB divulgados pelo IBGE também colocavam Itajaí em primeiro lugar, seguida por Joinville. Ocorre que, meses depois, o órgão reviu a modelagem do estudo e Itajaí perdeu o posto: ficou com o terceiro lugar.

O IBGE revisou, na época, o papel que o comércio exterior exercia na economia das cidades. Significa que o setor portuário perdeu “peso” na avaliação do PIB. Por isso, o resultado de Itajaí em 2023 – com dados de 2021 – é tão expressivo.

A tendência é que a cidade siga em alta no ano que vem. Mas há preocupação quanto ao PIB de 2023, que será divulgado em 2025. Isto porque o município teve uma perda expressiva na movimentação portuária neste ano, causada pela falta de operador no Porto de Itajaí.

A prefeitura, no entanto, acredita que é cedo para sinalizar o quanto isso impactará no resultado do PIB. A baixa no porto pode ter sido compensada por outros setores. Entre eles, a construção de embarcações de lazer, que vai – perdão ao trocadilho – de vento em popa.

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