O porto de Itajaí foi vítima de uma tempestade perfeita, que teve como fator principal o atraso no leilão de desestatização por parte do governo federal. O contrato com a arrendatária, APM Terminals, terminou em 31 de dezembro e foi prorrogado temporariamente, por seis meses. Sem previsibilidade, as linhas – e as cargas conteinerizadas, o grande filão do terminal – foram embora. E o porto trabalha agora para tentar trazer os contêineres de volta.

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Com a mudança de governo, o processo voltou à estaca zero e é provável que sejam feitos novos estudos para embasar a modelagem de desestatização. O governo Lula, pelo que indica o Ministério dos Portos, está disposto a repactuar os termos do edital. O problema é que Itajaí “concorre” em prioridade com o Porto de Santos, que também está em fase de leilão. Se não houver agilidade, este será o prenúncio de mais prejuízo.

Originalmente, a minuta de edital prevê que o concessionário arque com grandes e necessárias obras de infraestrutura, como a dragagem do canal de acesso – fundamental para a navegação – e a conclusão da nova bacia de evolução.

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Fontes do setor portuário indicam que é hora de pressionar o governo federal para que o assunto seja tratado com celeridade e urgência – seja para refazer o edital, seja para colocar o processo atual na agenda. Essa pressão precisa vir do fórum parlamentar e do Governo do Estado, que ainda não entrou no caso.

Ocorre que o Estado também é afetado pelo impasse no porto de Itajaí, que integra o segundo maior complexo portuário do país. Santa Catarina não conseguiu reter todas as cargas que deixaram Itajaí, e este é um importante sinal de alerta. Uma parte dos navios migrou para Navegantes e Itapoá, mas uma fração dos contêineres que eram movimentados em Itajaí foram para outros estados, reduzindo a arrecadação.

Outro ponto é que o atraso do leilão vai impactar a previsão de obras como a nova bacia de evolução – a área de manobras do complexo. Hoje, a bacia permite a movimentação de navios de até 366 metros de comprimento. Mas há expectativa de que em breve os portos brasileiros comecem a receber navios ainda maiores, com 400 metros. Se não estiver preparado, o complexo perderá movimentação definitivamente – o que seria uma catástrofe para a economia de SC.

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