A Polícia Rodoviária Federal (PRF) levou quatro dias para liberar totalmente as rodovias em Santa Catarina – e a ilegalidade voltou a se repetir nesta segunda-feira (7), com manifestantes ocupando a BR-101 em Palhoça e Porto Belo no início da manhã.
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A PRF alega ter feito tudo o que era possível para desbloquear as estradas sem causar confusão nem deixar pessoas feridas. Mas fontes ouvidas pela coluna, ao longo dos últimos dias, avaliam que houve falhas importantes na atuação que provocaram brechas na desobstrução das rodovias federais.
Reforço
A superintendência estadual da PRF chegou a determinar que os policiais que atuam no setor administrativo, em trabalho remoto, se apresentassem para o serviço operacional na segunda-feira após as eleições. A medida foi barrada por Brasília por questões burocráticas – não podia ser determinada localmente. Só na terça-feira, quando os protestos já duravam mais de 36 horas, o efetivo foi reforçado. O mesmo ocorreu com a requisição do Choque, que deveria ser feita por Brasília. A equipe especializada para retirar os manifestantes das rodovias não foi mobilizada assim que os bloqueios começaram em SC.
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Estrangulamento
Uma das estratégias para desmobilizar as manifestações, segundo especialistas ouvidos pela coluna, é interromper a chegada de alimentos e água aos participantes do protesto. A PRF é treinada para aplicar essa estratégia, que já foi usada em outras oportunidades. Nesse modelo de atuação, as forças de segurança formam um anel de bloqueio ao redor dos manifestantes. A medida é eficaz para acelerar da desobstrução, mas não foi aplicada.
Prisão dos líderes
Ao longo de quatro dias de bloqueio, 11 pessoas foram presas em SC – todas por desobediência. Nenhum dos líderes foi detido, embora o Supremo Tribunal Federal (STF) tenha considerado ilegal a paralisação das rodovias. A falta de identificação e prisão das lideranças aumenta a sensação de impunidade e o vaivém dos bloqueios, como se viu no início da manhã desta segunda-feira (7). A Polícia Federal (PF) instaurou quatro inquéritos, em Florianópolis, Joinville, Itajaí e Lages, para identificar quem são os líderes e financiadores das manifestações. O relatório será enviado ao STF, a pedido do ministro Alexandre de Moraes.
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