A campanha institucional da NSC Comunicação, para incentivar a doação de órgãos, é inspirada em histórias como a do professor Dante Tomio, de Balneário Camboriú, que está há um ano na fila de espera por um transplante de rim. Três vezes por semana, ele passa quatro horas ligado à máquina de diálise, que faz a filtragem do sangue – algo que seus rins já não conseguem fazer. Precisou abrir mão de parte das aulas que lecionava, em um colégio particular, e reorganizou a vida em função das sessões.
Continua depois da publicidade
Aos 29 anos, Dante não pode, por exemplo, beber um copo de cerveja ou viajar com a mulher. Precisa de autorização para fazer a diálise no destino que escolher, o que nem sempre é fácil. No início do ano, teve um pedido negado para ir a São Paulo.
A espera pelo transplante traz uma sensação ambígua. Ele sabe que vai passar por uma grande cirurgia, que tem seus riscos, e conta que isso traz apreensão. Por outro lado, é a esperança de liberdade para alguém de quem a vida depende, hoje, de uma máquina.
Toda a família fez testes para tentar descobrir se alguém era compatível com ele, e poderia ser doador – algo possível quando se trata dos rins. Mas não houve compatibilidade. Dante conta que sua mãe entrou em desespero ao saber que ele precisaria entrar na fila de espera.
— Todo mundo é favorável ao transplante, mas de forma abstrata. Quando ocorre um caso na família é que as pessoas passam a entender de forma mais concreta.
Continua depois da publicidade
Campanha reforça necessidade de doações de órgãos
Solidariedade
Histórias como a de Dante trazem rosto a um assunto que, como ele diz, parece simples de lidar quando não está batendo à nossa porta. É preciso coragem para enfrentar a espera por um doador de órgãos. E é preciso coragem, na mesma medida, para lembrar que é possível fazer o bem a alguém num momento de dor profunda, com a morte de um familiar. Ao abraçar esta causa, a NSC chama atenção para o quanto é importante que este seja um assunto presente em nossas casas, em nossas vidas. Para que sejamos capazes de ir além do sofrimento e não desperdiçarmos a chance de entregar a alguém a esperança de uma nova vida.
Captação
Os dois maiores hospitais da região da Amfri, o Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, e o Ruth Cardoso, em Balneário Camboriú, são destaque no Estado pelo crescimento que obtiveram, nos últimos anos, na captação de órgãos. O Marieta, por exemplo, passou de sete captações, em 2015, para 25 em 2019, segundo dados da SC Transplantes.
Já o Ruth Cardoso subiu, no mesmo período, de três para 11 captações. O trabalho feito junto às famílias dos pacientes é delicado, e demanda muita empatia. Cada “sim” é uma vitória, e pode representar a chance de uma nova vida para mais de uma pessoa na fila de espera.