O Partido dos Trabalhadores levou à Justiça Eleitoral um pedido de investigação contra a campanha de Jorginho Mello e o PL, envolvendo as verbas de campanha destinadas a candidaturas femininas. Surfou uma onda que vem surgindo nas conversas de bastidor nos últimos dias em Brasília, sobre a tendência de judicialização de casos como esse.
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Ocorre que a legislação eleitoral estabeleceu regras para esta eleição, como o uso de pelo menos 30% das verbas partidárias para financiar as candidaturas de mulheres. O que o PT está alegando é que os R$ 8,9 milhões do Fundo Eleitoral que foram destinados à candidata a vice do PL, Marilisa Boehm, foram direcionados a Jorginho. O valor corresponde a mais e 90% dos recursos de campanha.
A questão é controversa, porque os dois integram a mesma chapa majoritária, como candidato a governador e vice. Para defender a abertura de uma investigação judicial eleitoral, o PT afirma que há desvio de finalidade no uso das verbas destinadas a candidaturas femininas porque Marilisa Boehm não teve “protagonismo” na campanha. “O material eleitoral não deixa dúvida que a campanha estrategicamente visou promover somente Jorginho Mello, Jair Bolsonaro e Jorge Seif”, alega o partido.
O PT também anexou uma reportagem do site O Antagonista, publicada em 26 de setembro, que diz que mulheres vices teriam sido usadas para injetar mais recursos nas campanhas estaduais do PL. A matéria cita Pernambuco, Sergipe, Santa Catarina e Pará entre os estados onde as candidaturas femininas financiaram de 75% a 95% das verbas disponíveis para os candidatos.
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A campanha de Jorginho Mello ainda não tinha conhecimento da ação até o fim da tarde desta quarta-feira (26). Mas informou que um processo com o mesmo teor, que foi movido no primeiro turno pela campanha de Esperidião Amin (PP), teve pedido de arquivamento por parte do Ministério Público Eleitoral, e portanto acredita que a nova ação terá o mesmo resultado.