O navio MSC Fantasia, que chega a Porto Belo no dia 21 de novembro, abre a temporada de cruzeiros deste ano em Santa Catarina. Com três cidades no roteiro dos grandes transatlânticos – Balneário Camboriú, Porto Belo e Itajaí – o Estado já é o segundo no país em número de destinos, atrás apenas do Rio de Janeiro. Mas outras quatro cidades catarinenses devem entrar nessa lista.

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Florianópolis, Imbituba, São Francisco do Sul e Penha são potenciais destinos em fase de ativação. Um processo que pode ser longo, dependendo das condições de navegação e de receptivo. A Capital, por exemplo, chegou a ter uma manobra-teste no verão passado. Mas o ponto de fundeio – onde para o navio – foi considerado distante e inviável para o vaivém dos passageiros. Pelo menos por enquanto.

Penha passará por um teste semelhante nesta temporada. A expectativa é que a cidade receba uma manobra em janeiro, depois de concluída a reforma no píer que receberá os turistas, na Praia da Armação.

O interesse dos municípios em integrar a rota dos grandes navios está nos números: o mercado de cruzeiros injetou na economia brasileira, no último verão, o equivalente a R$ 2 bilhões. A estimativa é que cada turista deixe uma movimentação de R$ 581 em cada cidade que recebe o navio. Com 53 escalas previstas, Santa Catarina deverá ter uma movimentação econômica de R$ 87 milhões.

A receptividade é um dos fatores que tornam o Estado a bola da vez nesse mercado. Mas não o único. Marco Ferraz, presidente da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia/Abremar), diz que há uma busca constante por novos destinos no Brasil, para manter o interesse dos turistas. E SC é um dos principais alvos.

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Posição estratégica

A Clia/Abremar tem tratativas com 10 cidades candidatas a se tornarem destinos de cruzeiros no Brasil. Some-se à necessidade de novas escalas a disposição da iniciativa privada em investir em infraestrutura no Estado – como no Atracadouro Barra Sul, em Balneário Camboriú, que é particular – e a posição estratégica de SC, a caminho do extremo Sul do planeta. É o que torna o Estado alvo de interesse das companhias que operam os cruzeiros.

Nossos destinos
Nossos destinos (Foto: Arte NSC Total)

Sobe e desce

O mercado de cruzeiros no Brasil tem se beneficiado do dólar em alta, que estimula o turismo nacional. A retomada vem após o setor ter sofrido uma importante queda, a partir de 2011. Um ano antes, a costa brasileira havia recebido 20 navios – um recorde. Mas processos menos burocráticos, melhor infraestrutura e uma operação mais barata fizeram com que as companhias apostassem em mercados como o Caribe, a África e a Ásia.

A queda foi gradativa até 2016, quando estacionou com sete navios navegando o Litoral brasileiro. Desde então, o número se manteve. Mas a chegada de transatlânticos maiores fez aumentar o número de passageiros em cada embarcação. No ano passado, 462 mil brasileiros fizeram rotas nacionais de cruzeiros.

Navio de cruzeiro em Itajaí
Navio de cruzeiro em Itajaí (Foto: Marcos Porto, Divulgação)

Estreia

No ano passado a novidade no país foi a entrada de Balneário Camboriú no mercado. Nesta temporada é a vez de Itajaí fazer sua estreia, com o retorno à rota dos grandes cruzeiros. A cidade ganhou status de home port – porto de embarque – para roteiros pela América do Sul, operados pela companhia MSC.

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Nesse caso, o impacto econômico vai além das escalas. Os passageiros chegam com antecedência e podem estender a viagem após o desembarque. É assim em destinos conhecidos no mundo como Fort Lauderdale, Tampa, Cabo Canaveral e Miami.

Infraestrutura

Itajaí estava fora do mercado por limitações de infraestrutura. Os navios ficaram maiores, e demandam mais espaço. Conseguiu viabilizar a volta com a atracação dos transatlânticos no porto comercial. São Francisco do Sul tem o mesmo problema. O porto acabou de concluir uma batimetria, para determinar o calado no ponto de fundeio.

A informação ajudará a definir estratégias, como a possibilidade de uma dragagem para permitir navios maiores. Enquanto isso, a cidade aposta em embarcações menores, que fazem cruzeiros de alto luxo. Receberá um pequeno navio em janeiro.

Concorrência

Florianópolis é o destino-desejo das companhias de cruzeiros. Mas o projeto ainda depende de investidor privado, que abrace a causa. A Marina Blue Fox, que vinha em tratativas com a Secretaria Municipal de Turismo para a instalação de um receptivo para os navios, recuou e o projeto voltou à estaca zero.

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A prefeitura avalia, agora, a possibilidade de aumentar a profundidade e permitir que o navio chegue mais perto da costa. A principal concorrência para o receptivo dos cruzeiros, na Capital, ainda é o mercado imobiliário.

Mais um

O retorno de Itajaí ao mercado de cruzeiros será com o navio MSC Sinfonia, que fará paradas no Uruguai e na Argentina. No ano que vem, entra em operação mais um navio, o Costa Luminosa, operado pela Costa Cruzeiros.

Preferida

Com 26 escalas previstas este ano, Balneário Camboriú está entre as escalas preferidas dos turistas que viajam de navio. O índice de desembarque de tripulantes e passageiros é de em média 55%, um dos melhores do país.

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