Balneário Camboriú completou dois anos de liderança ininterrupta no ranking do metro quadrado mais caro do Brasil, e terminou 2024 como um dos destinos mais reconhecidos do país para investimento em imóveis de alto padrão. O boom de Balneário impulsionou as cidades vizinhas. Itapema tem hoje o segundo metro quadrado do Brasil, e Itajaí está em quinto lugar. O sucesso imobiliário não é exatamente novo na região, mas a projeção dos últimos anos leva a uma pergunta incontornável: ele é sustentável?
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A coluna conversou com a economista Paula Reis do DataZAP – responsável pelo índice FipeZAP. Ela avalia que o crescimento não é um fenômeno isolado da construção civil, mas uma conjunção de fatores que torna o resultado consistente. A pergunta foi a seguinte: O que se vê entre Balneário Camboriú – Itapema – Itajaí, três cidades vizinhas, é uma “bolha”? Veja o que ela disse:
– A valorização de Balneário Camboriú, Itapema e Itajaí faz parte da conjuntura da valorização imobiliária do litoral catarinense, fenômeno que foi catalisado pela pandemia. As cidades da região tendem a oferecer boa infraestrutura, proximidade à natureza e a atrair quem procura “qualidade de vida”. Em outras palavras, houve um aumento da demanda por imóveis nessas cidades, que, posteriormente, atraiu empreendimentos para a região e resultou em um aumento da oferta de imóveis – afirma a especialista.
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Paula Reis ressalta que as três cidades vizinhas – Balneário Camboriú, Itapema e Itajaí – são relativamente pequenas em relação aos demais municípios analisados pelo FipeZAP. São 56 cidades no Brasil, a maioria capitais. Isso torna o fenômeno de valorização mais intenso em SC. Mas uma análise mais extensa dos dados do FipeZAP apontam que as três cidades vivem um platô, após um crescimento acelerado.
Veja o top 10 do ranking das cidades mais caras do Brasil:
– Os três municípios atingiram um pico de valorização próximo a abril de 2022 e de lá para cá apresentaram taxas de reajuste do preço de venda com tendência de baixa, apesar de vermos picos em alguns momentos. Por exemplo, em setembro de 2023, vemos um pico de variação do índice de 16,84% em Itajaí. No entanto, esse valor é mais baixo do que o valor observado em abril de 2022, de 23,15%. Balneário Camboriú e Itapema apresentam exemplos semelhantes.
Essa desaceleração é uma tendência natural no mercado imobiliário. Há, no entanto, um movimento surpreendente em curso: Balneário dá mostras de que tem fôlego para uma nova escalada de valorização.
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– Em abril de 2024, Balneário Camboriú parece ter retomado uma trajetória de crescimento do preço de venda, porém ainda é cedo para dizermos se ela deve persistir – pondera Paula Reis.
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Os operadores do mercado imobiliário em Balneário têm anunciado uma projeção de valorização para os próximos anos, impulsionada por grandes lançamentos como o icônico Senna Tower, projetado pela construtora FG para ser o maior prédio residencial do mundo. Questionada sobre as perspectivas para o mercado imobiliário de luxo -grande filão do Litoral de SC – em 2025, Paula Reis disse que há otimismo no ar:
– As projeções econômicas para 2025 são otimistas: crescimento real de 2,1% do PIB e taxa de desemprego não maior do que 6,85% ao longo do ano (BCB). Essas condições indicam que o segmento de luxo deve ter bom desempenho, porque o crescimento da renda dessa parcela da população é altamente correlacionada com o desempenho da atividade econômica.
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A tendência SC seguir “voando”. Para Balneário, há apenas uma ameaça a ser considerada:
– A liderança de Balneário Camboriú é ameaçada somente por Itapema, cujo preço e trajetória são próximos – diz a economista.
Veja os gráficos enviados por Paula Reis que mostram a flutuação de valorização: