Depois do desfile dos tanques pela manhã, a tarde desta terça-feira (10) será ainda mais movimentada em Brasília, com a votação que pode significar um divisor de águas pensando nas próximas eleições no Brasil. Os deputados terão a oportunidade de se posicionar na discussão relativa ao voto impresso e auditável, uma das bandeiras atuais mais repetidas pelo presidente Jair Bolsonaro.
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Está em pauta a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 135/19) que institui o voto impresso e auditável obrigatório no país. Do Sul de Santa Catarina, os três deputados federais já mandaram o recado: votarão com a causa de Bolsonaro.
“TSE Mudou da água pro vinho?”
– O que tem que ficar claro é que somos a favor do aprimoramento das nossas urnas para modelos mais modernos – argumenta o deputado Daniel Freitas (PSL-SC), um dos mais fieis aliados de Bolsonaro na bancada catarinense. – Atualmente, apenas Brasil, Butão e Bangladesh usam essas urnas DRE-1 geração. Países como Japão e Canadá, notoriamente desenvolvidos, não fazem uso delas – pontua.
Daniel Freitas aponta, ainda, que a transparência do sistema eleitoral será um agente importante para fortalecer as instituições democráticas. – Me soa muito estranho que o TSE há alguns anos tenha reproduzido até campanhas publicitárias a favor do voto impresso auditável – sublinha. – E agora mudaram da água pro vinho? E não só o TSE, muitos parlamentares também, inclusive mais à esquerda, que eram favoráveis e agora repudiam – emenda o deputado.
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Freitas cita, ainda, o clamor popular. – Uma grande parcela da população já mostrou nas ruas que esse é um clamor público – reforça.
“Quanto mais transparência, melhor”
Embora admita que “há pouca chance” de aprovação do projeto do voto auditável, a deputada federal Geovania de Sá, de Criciúma, que preside o PSDB em Santa Catarina, anunciou que votará a favor. – Eu acho que quanto mais transparência, melhor, tanto para o eleitor quanto para o país – argumenta.
Depois de alguns debates mais exaltados, a Comissão Especial da Câmara que discute itens da reforma política aprovou, na noite desta segunda-feira (9), a adoção do distritão já na eleição de 2022. Por ele, os mais votados serão eleitos, independente das legendas, e houve ainda a inclusão de um aditivo que prevê a volta das coligações nas disputas proporcionais, o que não ocorreu em 2020. – Essas mudanças tiram um pouco da força dos partidos – pontua Geovania, sem esconder a contrariedade à matéria que, agora, parte à votação dos plenários da Câmara e Senado.

Nas redes sociais
Já o deputado Ricardo Guidi (PSD-SC) fez uso das redes sociais para responder a perguntas sobre o voto impresso. Nas respostas, manifestou o voto a favor do projeto. Um eleitor postou: “Honra teu pai (o saudoso ex-prefeito de Criciúma, Altair Guidi). Faça algo que ele gostaria que você fizesse! Vota a favor do voto impresso!”. Em resposta, Ricardo postou que “sempre honrou o pai” e que “meu voto será favorável ao voto impresso”.
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Desafiado por outro eleitor, que queria saber a posição do parlamentar, Guidi respondeu categórico: “conforme já me manifestei, sou favorável”. Em outro momento, uma internauta escreveu, em postagem do deputado: “muda teu voto na PEC 135, voto impresso auditável já”. E Ricardo Guidi retrucou: “mas pra que mudar se eu sou favorável ao voto impresso”.
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Pacificação
O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL) foi quem decidiu, na última sexta-feira (6), por repassar ao plenário a deliberação sobre o voto impresso. Ele defende a tese da “pacificação nacional” a partir de um desfecho para esse tema e garantiu que tem a palavra do presidente Bolsonaro, de que respeitará o resultado que vier da Câmara. – As instituições precisam serenar – disse o deputado.

Pela manhã, Arthur Lira recebeu Bolsonaro na Câmara. O presidente foi entregar a PEC e a medida provisória que preveem mudanças no Bolsa Família. A votação da PEC do voto impresso está na pauta da votação marcada para as 15h desta terça.
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