O projeto de central de triagem que está sendo montado em Florianópolis deve iniciar atividade na semana que vem, com atendimento por telemedicina e uso de ambulâncias, principalmente UTIs móveis. A iniciativa é uma ação conjunta entre Associação Catarinense de Medicina (ACM), Federação das Indústrias (Fiesc) e entidades empresariais. A força-tarefa também busca R$ 8,4 milhões em doações para o projeto.

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O presidente da ACM, Ademar de Oliveira Paes Jr., explica que essa é a alternativa para oferecer socorro mais rápido em apoio ao sistema hospitalar, uma vez que há falta de equipamentos no mercado para montar, com urgência, a central de triagem. Ele diz que o plano é começar na próxima semana, mas entraves contratuais e registros podem exigir um tempo um pouco maior.

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– As ambulâncias poderão ser utilizadas tanto para levar pacientes em estado mais grave para os hospitais, quanto para mantê-los em atendimento enquanto não conseguem um leito hospitalar. Optamos por essa alternativa porque quando começamos a orçar equipamentos para montar a central, percebemos a dificuldade de oferta e concluímos que demoraríamos de 15 a 30 dias para colocar em operação, o que é muito tempo – explicou Paes.

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Segundo ele, há falta de macas, seringas, agulhas, oxigênio e outros itens. Está difícil comprar tudo porque a procura é elevada e os fornecedores estão dando preferência a instituições já instaladas, o que é correto sob o ponto de vista da urgência em saúde.

Para montar a frota de ambulâncias, a força-tarefa está verificando veículos disponíveis com quem atua com saúde, como governo do Estado, prefeituras, Unimeds, empresas do setor e fabricantes desses veículos. As contratações serão feitas com recursos do consórcio de doações das entidades.

No ano passado, essa força-tarefa privada trabalhou articulação para produção de respiradores, reforma de respiradores, doações de equipamentos hospitalares e EPIs e fornecimento de serviço digital para identificação de doentes com Covid-19. Este ano, a última doação foi de 5 mil oxímetros para o sistema público de saúde do Estado.

Na divisão de tarefas, a ACM ficou responsável pela montagem da central de triagem, que será na sede da entidade, na SC-401. A Fiesc fornece a estrutura administrativa e inteligência de dados e a Acif ficou responsável pela busca de doações, considerando o orçamento de R$ 10 milhões.

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Até o momento, o trabalho liderado pelo presidente da entidade, Rodrigo Rossoni, conseguiu R$ 1,6 milhão. A sensibilização de empresas para fazerem doações continua e estão sendo incluídas não só empresas com sede em Santa Catarina, mas também grandes grupos de fora que tem atuação no mercado estadual.

A iniciativa da central conta com apoio do governo do Estado e Prefeitura de Florianópolis. Para esse projeto, além da ACM e Fiesc, também participam a Associação Empresarial de Florianópolis (Acif), que ficou responsável pelo contato com possíveis doadores privados, mais a CDL e o Sinduscon da Capital, a Associação Catarinense de Tecnologia (Acate) e o Movimento Floripa Sustentável. Se der certo, o modelo pode ser replicado em outras cidades.