Ameer Baraka é um ator americano com carreira crescente em Hollywood, mas antes de chegar lá enfrentou dificuldades imensas porque a escola em que estudava, em Nova Orleans, não diagnosticou a razão pela qual ele não aprendia a ler e escrever como as outras crianças. Ele tinha dislexia, diferença neurobiológica que dificulta o aprendizado da leitura e da escrita e afeta cerca de 10% das pessoas.
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O ator é um dos 29 artistas disléxicos dos cinco continentes que expõem na mostra “Dislexia quando arte”, que abriu ao público na noite de sexta-feira (06) e vai até o dia 22, no Museu da Escola Catarinense (MESC), centro de Florianópolis, Santa Catarina.
A exposição é sem fins lucrativos e visa chamar a atenção para a potência e a inteligência das pessoas disléxicas como artistas, destaca a fundadora e presidente do Instituto Domlexia, a engenheira e educadora Nadine Heisler. Além das artes, essas pessoas também se destacam nos negócios.
Entre os 29 expositores estão artistas famosos e outros iniciantes, que participam pela causa e, cada um com sua arte. Entre eles, estão artistas profissionais de Santa Catarina, de outros estados do Brasil, e de outros países como Itália, Coreia do Sul e Austrália. Os que moram distante tiveram as obras reproduzidas e não virão pessoalmente na mostra.
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No caso desses artistas mais famosos, a obra de arte é exposta com uma reprodução de qualidade. Não são as obras originais, explica Nadine Heisler. No final, a reprodução é enviada ao artista ou tem um destino correto para não ser usada indevidamente. Todos eles foram contatados diretamente pela organizadora.
Ameer Baraka participa da exposição como um vídeo no qual fala do livro que lançou sobre como a falta de diagnóstico de dislexia afetou a vida jovem dele. Criticado na escola e em casa porque não aprendia, saiu de casa, caiu na droga e foi preso. Na cadeia, encontrou alguém que o ajudou a aprender ler.
Assim, quando saiu, viu que podia mais e buscou a carreira de ator, gradativamente. Foi protagonista de um comercial histórico da montadora Hyundai, daí participou da comédia The New Guy e hoje trabalha para produções de Hollywood.
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Paralelamente, ele é um dos maiores embaixadores no alerta sobre a importância de diagnosticar cedo a dislexia. Escreveu o livro “Não diagnosticado: O lado feio da dislexia”. Tanto com essa obra, quanto com palestras, ele mostra a importância de identificar essa diferença e ensinar as pessoas de forma que aprendam ler e escrever.
Entre os artistas que participam da exposição estão também Marangoni, Renato Godá, Lesse Pierre e Alemão (Anderson Lemes). Além da exposição, a programação conta com oficinas de artes e na próxima sexta-feira, terá apresentação do filme sobre a Fernanda Young, que era disléxica.
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Conforme Nadine Heisler, muitas pessoas que são disléxicas e não sabiam, ao ver a mostra acabam entendendo por que tiveram tantas dificuldades na escola. Realizada há cinco anos, a mostra começou timidamente e foi virtual durante a pandemia. Por isso tem essa característica única. Em outubro, será disponibilizada ao mundo uma versão de visitação virtual da mostra.
Serviço da mostra:
O que: V Mostra Dislexia quando arte
Quando: 06 A 22 de setembro de 2024
Onde: Museu da Escola Catarinense (MESC)
Rua Saldanha Marinho, 196 – Centro – Florianópolis, estado de Santa Catarina
Horário: segunda à sexta-feira das 10h às 19h, e aos sábado e domingo 10h às 17h
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