Diante da realidade de hospitais lotados e crescimento exponencial de número de casos diários de Covid-19, além de decretar lockdown, a prefeitura de Blumenau lançou uma campanha com mensagens duras sobre a necessidade de isolamento social. É uma iniciativa necessária porque a comunicação normal da mídia, com todos alertas e números que retratam o drama da pandemia, não está sendo suficiente.

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“Se você não parar, Blumenau não vai voltar”: campanha apela ao distanciamento social

Aquela máxima da comunicação de que “tudo precisa ser dito” se mostra muito oportuna nesta pandemia. Isso porque o que vemos na prática é a adesão parcial às orientações dos especialistas em saúde e autoridades públicas. A orientação é: fique em casa. Acontece que as pessoas ficam em casa do trabalho, mas visitam os filhos, a mãe, a sogra, os netos, fazem almoço em família nos fins de semana e continuam saindo para as compras.

Para esse grupo, a residência de familiares também é “ficar em casa”, enquanto a Organização Mundial da Saúde é clara, contra as visitas. Há também os que se reúnem com amigos todo fim de semana, lotam igrejas e os que insistem em fazer festas particulares, práticas também proibidas e ilegais nestes tempos de pandemia. 

Esses deslocamentos de pessoas para qualquer coisa, além das que têm que sair para trabalhar, explica a baixa taxa de isolamento social do Estado. Nesta quinta-feira (23/07), segundo a plataforma nacional In Loco, o distanciamento em Santa Catarina ficou em apenas 38,4% apesar de regiões com lockdwon e da suspensão do transporte coletivo. No domingo, quando a maioria não trabalhou, o distanciamento ficou em apenas 50,9% enquanto o ideal seria 70%.

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Se continuar assim, a pandemia vai se estender no Estado com um maior número de óbitos, afetando a saúde das pessoas e a economia. Uma campanha nacional detalhada, com linguagem simples e direta, deveria ser feita pelo governo federal. Como, infelizmente, temos um presidente negacionista, não virá de lá.

O Estado também poderia fazer uma campanha, mas o governador Calos Moisés valorizou muito a boa imagem que conseguiu com o lockdown de março e, agora, está acuado se defendendo do impeachment. Por isso, restou para as prefeituras e Blumenau percebeu a necessidade de usar linguagem simples e firme. É um exemplo que pode ser seguido por outras prefeituras ou por regiões.