Pela primeira vez, o Brasil tem uma taxa básica de juros de 2,25% ao ano. Ela funciona como base para os juros praticados pelo mercado e entrou em vigor vigor desde esta quinta-feira, com a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) de cortar em 0,75 ponto percentual da taxa Selic que estava em 3% ao ano. A decisão foi em função do cenário econômico negativo causado pela pandemia no Brasil e no mundo, que também derrubou a inflação.
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O juro nesse patamar é bom para o governo, que passa a pagar taxas menores para rolar boa parte da sua dívida pública, e para o setor produtivo, que pode conseguir empréstimos com juros mais baratos para manter seus negócios ou investir. É uma realidade que favorece toda a economia, direta ou indiretamente, no meio da grande recessão enfrentada pelo país.
Mas apesar desse juro básico parecido com os de países do primeiro mundo, o cliente bancário brasileiro segue pagando taxas elevadas, tanto no cheque especial, que tem limite de juro de até 8% ao mês, quanto no rotativo do cartão de crédito e em outras operações de empréstimos pessoais. Normalmente, quando o juro básico cai, as instituições financeiras cortam em proporção menor as taxas que praticam.Entre as razões apontadas pelos bancos para cobrar essas taxas exageradas estão o risco de inadimplência. Agora, com o cadastro positivo em vigor, essa não pode ser uma explicação generalizada.
Com a Selic em 2,25%, podendo cair mais este ano, as aplicações em renda fixa passam a render perto de zero ou ter resultado negativo. Mesmo assim, o aconselhável é manter uma reserva de emergência – com renda para cobrir despesas de seis a 12 meses – nesse tipo de investimento.
A maior parte dos valores poupados para fundos de previdência também deve seguir nas aplicações mais seguras, mesmo com rendimento perto de zero ou abaixo. Para quem já está aposentado, usando os recursos da previdência privada, é bom deixar 100% do capital nas alternativas mais seguras.
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Quem está na fase de poupar, pode arriscar mais em renda variável, especialmente em bolsa de valores. Nesse caso, o percentual pode ir de 5% do capital total até 50%, dependendo da capacidade de correr risco por cada um. O cenário econômico atual de recessão com inflação baixa indica que essa realidade de juro baixo vai continuar pelo menos este ano e no ano que vem.
Uma lição relevante da crise econômica do novo coronavírus é que todos devem poupar, pelo menos para ter uma reserva de emergência de seis meses, independentemente de ela ter rendimento real ou não. A expectativa é de que muitos comecem a formar essas reservas.