Coronavírus: “Fique em casa”, afirma o governador Moisés. Mundo mostra que é o melhor a fazer

Ainda não dá para dizer se o avanço do coronavírus em Santa Catarina será como a tragédia da Itália ou será menor, afirmaram o governador Carlos Moisés e o secretário de Estado da Saúde, Helton Zeferino, na entrevista do final da tarde desta quinta-feira, após dois dias de recomendação de isolamento no Estado. E como muita gente desobedeceu, foi à praia ou em outros ambientes públicos, ontem à noite, tanto o governador, quanto as autoridades de saúde foram unânimes em insistir sobre a necessidade de confinamento e adotaram mais medidas restritivas. A propósito, a disciplina dos chineses no isolamento foi o que permitiu a redução do número de casos no país, conta um executivo de SC CEO de uma empresa daquele país.

– A medida do isolamento é extremamente importante porque se nós tivermos um grande número de casos, teremos um grande número de leitos de UTI utilizados e aí sim o problema de respostas se agrava – alertou o governador Carlos Moisés, que nesta quinta à noite postou no seu Twitter “Fique em casa”.

Segundo ele, cada realidade restritiva no Brasil pode dar resultado diferente.

– A gente acredita que essa medida (a recomendação de isolamento em casa) é a mais adequada, no momento mais adequado para ter sido tomada, que foi quando a gente descobriu o contágio comunitário. Essa primeira impressão que nós temos com essa transmissão comunitária nos leva a crer que temos muito mais contagiados do que os notificados nos órgãos oficiais – explicou o governador.

A projeção do número de casos é difícil porque muitas pessoas são assintomáticas, outras podem ter sintomas leves, se resguardem, talvez tenham coronavírus, vão se livrar dele e nem sequer ficarão sabendo, observa ele.

A equipe do governo do Estado acredita que o que vai balizar muito a estimativa do número de casos será a demanda dos serviços públicos e privados de saúde, em função do agravamento de casos. O secretário Helton Zeferino estima que 10% dos casos vão para agravamento, dependerão de UTI e respiração artificial.

A propósito, os grandes países atingidos pelo coronavírus mostram que o melhor a fazer, para prevenir, é o isolamento em casa. Os resultados com menos controle, como o de Cingapura, foram alcançados porque o país é pequeno e rico, uma cidade-estado.