Depois de período de estudos na Califórnia, Estados Unidos, a administradora Luciana Melo retornou ao Brasil e veio para Florianópolis, onde decidiu empreender no ramo de cafés especiais, seguindo a cultura da família mineira. Em 2004, foi cofundadora do Café Cultura que, junto com o marido americano Joshua Stevens criou um modelo de negócio escalável, com rede de franquias iniciada em 2014. Hoje, são 49 lojas no país e a de número 50 será inaugurada na Avenida Paulista, em São Paulo, no final deste mês.
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Na quarta-feira (04), a empresa lançou novo conceito de marca junto com a reinauguração da primeira franquia da rede, no Villa Romana Shopping, em Florianópolis, liderada pelo franqueado Vinícius Gregoletto.
Veja imagens sobre a reinauguração de franquia do Café Cultura em Florianópolis e outras:
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Em entrevista exclusiva para a coluna, Luciana, que é a CEO da empresa, falou sobre o atual momento, destacou o faturamento de R$ 100 milhões alcançado em 2024, alta do preço do café e o impacto da empresa na economia com mais de mil empregos diretos e indiretos.
O casal, que atua junto na liderança da empresa, tem dois filhos: uma jovem de 20 anos que faz graduação em design de games nos EUA, e um menino de 15 anos que reside com os pais. O plano é seguir crescendo no Brasil e um grande sonho da família para o futuro é transformar a rede Café Cultura numa multinacional. Saiba mais na entrevista de Luciana a seguir:
O que significa a reinauguração da primeira franquia do Café Cultura, no Villa Romana Shopping, em Florianópolis?
– Para nós, essa loja é um marco porque foi a nossa primeira franquia, foi onde começou nossa rede de franquias. O Vinícius Gregoletto é o nosso primeiro franqueado e, hoje, depois de 11 anos, a gente apresenta também para cidade o rebranding da marca. Eu, como fundadora, falo que eu, como pessoa, posso envelhecer, mas a nossa marca, não. Então, a gente lança hoje a nova cara e o novo conceito da marca.
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Como está a rede de franquias Café Cultura no atual momento?
– Estamos batendo a meta das 50 lojas. Vamos inaugurar a loja número 50 na Avenida Paulista, em São Paulo, no final deste mês. Mas esta do Villa Romana Shopping é especial porque foi aqui onde tudo começou. Estamos chegando a 50 lojas com 38 franqueados porque alguns têm mais de uma loja. A família do Vinícius tem cinco lojas. Nosso franqueado de Camboriú tem três, o de Curitiba tem duas.
Na sua avaliação, quais são os principais diferenciais de sucesso do Café Cultura?
– Acredito que são três pilares: o ambiente, o design e o cardápio, que tem como destaque o café, mas vai além disso. Estamos em todos os momentos do dia do consumidor. Além de café, oferecemos pratos para todas as refeições, desde o café da manhã até o jantar.
O que destaca sobre os cafés que vocês oferecem?
– Oferecemos cafés especiais. São sempre cafés acima de 80 pontos, significa que são cafés de origem, com rastreabilidade, com o que tem de mais puro da fruta do café. Nós selecionamos esses grãos, trazemos para Florianópolis, fazemos todo o processo de torra, entregamos nas lojas e treinamos os baristas. Então, hoje fazemos o que chamamos de Farm to Cup, produto que vem da fazenda até a xícara do consumidor.
O que o Café Cultura oferece para atender todas as refeições do dia?
– Adoramos uma boa gastronomia. A maioria das lojas abre às 8 da manhã. Hoje, os brunches são muito populares. É aquela refeição mais completa no café da manhã, das 9h até às 14h, que inclui uma variedade de pratos com ovos.
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Trabalhamos com o conceito de uma gastronomia flexitariana, que vai desde a saudabilidade para as pessoas que são veganas, que não comem carne, até a indulgência que é comer aquele brigadeiro maravilhoso. Para veganos, por exemplo, temos um pastrame de proteína vegetal e arroz com lentilha, o Bowl árabe. O cardápio inclui também saladas e sopas.
Você é casada com um americano, que também é seu sócio e diretor da empresa. O que tem de influência da gastronomia dos EUA no Café Cultura?
– A inclusão de ovos no café da manhã, que é popular nos Estados Unidos, teve influência dele. Ovo com bacon é a cara do café americano. Temos também o Mac’n and cheese que é o macarrão com creme de queijo, que é outro prato superamericano. Mas temos muita brasilidade, o café brasileiro é o principal produto da nossa empresa.
O que representa para uma mineira, filha e neta de cafeicultores, ter uma rede de franquia de cafés especais?
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– Acredito que o café sempre esteve no meu subconsciente como oportunidade de negócio. Eu nasci no município de Andradas, Sul de Minas Gerais. Meu avô era produtor de café e meu pai seguiu na mesma atividade, onde continua até hoje.
Eu mudei para São Paulo, onde cursei Administração de Empresas na Universidade Paulista. Quando decidi meu projeto de final de curso, o TCC, pensei em fazer em exportação de café. Mas eu estava trabalhando numa multinacional, numa outra área, então não levei a ideia adiante. Eu trabalhei nas empresas Gillette e Canon. Depois fui para a Califórnia, Estados Unidos, para um período de estudo.
Da Califórnia você veio para Florianópolis e aí decidiu empreender?
– Vim para Florianópolis e fundamos a empresa Café Cultura, na Lagoa da Conceição, em 2004. Eu tinha namorado na Califórnia, o Joshua Stevens. Ele veio para cá e nós casamos.
A rede tem crescido anualmente, com impacto no mercado de trabalho. Quantos empregos vocês geram?
– Atualmente, geramos mais de mil empregos entre diretos e indiretos. Isso porque por trás temos uma cadeia de fornecimento. São cinco fábricas na grande Florianópolis que produzem para a gente. Tudo o que tem no Café Cultura, hoje, é produzido por essas cinco fábricas. Daqui enviamos para todas as nossas lojas no Brasil. Uma transportadora consolida tudo e faz essas entregas.
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Quanto foi o faturamento da empresa em 2024?
– Nós faturamos R$ 100 milhões no ano passado. Crescemos em função da abertura de mais lojas e também devido ao aumento do preço do café. Esse aumento do café deu uma judiada. Nós tínhamos café comprado. Trabalhamos no mercado futuro, tem algumas travas de preços, mas, mesmo assim, o aumento nos surpreendeu. O valor da saca do café teve que ser transferido para o consumidor.
Qual é o plano de expansão da rede para este ano de 2025?
– Nós vamos abrir este ano em torno de 10 franquias. Temos crescido nessa base por ano. Hoje a gente está em Santa Catarina, Rio Grande do Sul Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. No final do ano, vamos inaugurar franquias em Vitória, no Espírito Santo, e em Brasília.
Considerando que o Brasil é o maior produtor de café, vocês planejam avançar no mercado externo nessa área. O negócio lá fora seria com a mesma marca?
– O sonho é grande de um dia ter a marca que seja referência no país. E que a gente possa realmente olhar que somos brasileiros, sim, que temos intelecto, que não somos só um país de commodities e podemos levar a marca para fora do Brasil. Se formos para fora, seguiremos com a brasilidade, com a marca Café Cultura. Os consumidores já estão acostumados com ela.
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Antonietas
Antonietas é um movimento da NSC que tem como objetivo dar visibilidade a força da mulher catarinense, independente da área de atuação, por meio de conteúdos multiplataforma, em todos os veículos do grupo. Saiba mais acessando o link.
