Como o trabalhador que vem do exterior é estratégico para o setor produtivo de Santa Catarina, a Federação das Indústrias do Estado (Fiesc) lançou nesta sexta-feira (24) o programa Porta Aberta. O objeto é qualificar os migrantes para trabalhar em empresas do estado e, também, acolher e integrar suas famílias na cultura local. Esse primeiro projeto, em São Miguel do Oeste, tem parceria da prefeitura e da Agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para as Migrações.

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– O Porta Aberta é um programa completo para a família do migrante. Nós queremos acolher. Que ele venha e que ele fique porque nós precisamos. Santa Catarina está em pleno emprego e quem quer trabalhar nós temos emprego. Então, eles são bem-vindos – destaca o presidente da Fiesc, Gilberto Seleme, ao observar que tem empresa já com 40% de trabalhadores de outros países.

O presidente da Fiesc, Gilberto Seleme (E) e o chefe da OIM no Brasil, Paolo Caputo, para quem o novo projeto a migrantes será referência para o Brasil e exterior (Foto: Filipe Scotti)

Presente para assinar o acordo do programa, o chefe da missão da OIM no Brasil, o diplomata italiano Paolo Caputo, destacou a relevância dessa iniciativa num período em que os migrantes só encontram portas fechadas na maioira dos países. Para ele, o Porta Aberta deverá ser um exemplo para o estado, o Brasil e o mundo.  

– É quase um sonho. A maioria dos migrantes do mundo, ao chegar, não encontra uma porta aberta; eles encontram um muro sem porta. Ainda mais importante é o que está por trás dessa porta. Há uma equipe dedicada a encontrar soluções, resolver problemas e transformar um desafio em uma grande oportunidade para todos – disse Paolo Caputo.  

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O Porta Aberta vai oferecer formação técnica gratuita para os migrantes nos cursos do Senai/SC. Suas famílias terão acesso a diversos serviços públicos municipais. Essas iniciativas foram denominadas “Cidade acolhedora” e “Empresa acolhedora”, ressaltou o superintendente do Sesi/SC, Daniel Tenconi.

De acordo com o presidentente da Fiesc, São Miguel do Oeste foi escolhido porque é um dos municípios de Santa Catarina com maior percentual de trabalhadores migrantes de outros países. Considerando os empregados de indústrias do município, 19% são estrangeiros.

Ente 2022 e 2025, o percentual de estrangeiros no município saltou de 7,5% para 19,3%. Em apenas cinco anos, de 2020 a 2025, a o população do município cresceu 16,8% e chegou a quase 48 mil pessoas.  Ao mesmo tempo, o Produto Intero Bruto per capita recuou 1,8% no período. Para o município, isso mostra que a integração dos estrangeiros está deixando a desejar.

Com pleno emprego praticamente há mais de uma década, Santa Catarina se tornou terra desejada por muitos que querem trabalhar. Segundo o último Censo do IBGE, 72,8 mil estrangeiros vieram morar no estado no perído de 2011 a 2022 e, entre 2017 a 2022,  considerando migrantes do Brasil e exterior, o estado atraiu 503,6 mil novos moradores.

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