Quando se fala que a melhor mobilidade do futuro é a pé, para o Beiramar Shopping, de Florianópolis, esse futuro já chegou. De 75% a 80% das cerca de 35 mil pessoas que acessam o empreendimento diariamente entram a pé. Para enfrentar a concorrência digital, o shopping fortalece entretenimento e não para de investir, revela o diretor-executivo e sócio Antonio Scherer.  

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O setor de shopping centers passa por uma transformação no mundo. Nos EUA, alguns estão fechando porque as pessoas compram mais pela internet. Como o Beiramar enfrenta isso? 

Para o cliente comprar mais fácil nas lojas físicas do que pela internet é preciso trazer ele para dentro do shopping. Atraímos com entretenimento. Quando está no shopping, é mais fácil comprar em lojas físicas. O entretenimento primordial do passado, presente e futuro é alimentação. Por isso trouxemos restaurantes como o Outback, Madeiro, Nipô, Jazzinn e outros. Para facilitar a reunião de amigos, instalamos dois pontos de encontro em cada piso. Estamos melhorando os cinemas e também será aberta choperia naquela área.  

Como o shopping projeta modernizações? 

Quando inauguramos o Beiramar, em 1993 – o empreendimento fará 25 anos em outubro próximo – tínhamos que atrair as pessoas com lojas âncoras. Até 50% das áreas locadas eram para grandes lojas. Com a chegada da internet, as âncoras deixaram de funcionar para shoppings, por isso mudamos. Fizemos uma pesquisa para saber o que os clientes queriam e ficamos surpresos. Pediram banheiros higiênicos e mais iluminação natural. Aí modernizamos os banheiros com portas que abrem e fecham automaticamente e torneiras sem contato. Começamos a ampliar a iluminação natural, primeiro no térreo, agora fizemos no segundo piso, onde era a  Americanas e faremos uma varanda externa no terceiro piso. 

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Quanto vem investindo? 

Estamos investindo de 20% a 25% da receita que os sócios recebem de aluguel do empreendimento. Quem investe em novas obras são os empreendedores. Os lojistas só pagam a manutenção. Depois que foram inaugurados dois novos shoppings em Florianópolis, em 2007, chegamos a destinar percentuais maiores para reformas e inovações. No primeiro após a chegada dos novos centros comerciais ficamos só observando quais eram nossos pontos fortes e fracos. Aí começamos a investir e não paramos mais. 

O que diferencia o Beiramar? 

Com esse trânsito caótico de Florianópolis, é mais fácil as pessoas virem a pé do que de carro. Nosso público a pé está na faixa de 75% a 80% do total. A maioria entra pelos portões do Imperatriz e da Av. Mauro Ramos (onde passam mais ônibus). Acreditamos que somos líderes no Estado no número de pessoas que acessam o shopping a pé. 

Com as mudanças na mobilidade, o que planejam para bicicletas e carros elétricos? 

Nós temos um bicicletário externo que ficou pequeno agora. Há 10 anos projetamos um maior, que vamos implantar este ano no térreo. Pensando no futuro, também, temos que ter estrutura para carros elétricos. Estamos planejando instalar 20 vagas em cada piso de garagem com tomadas para abastecer com energia.  Em 2025, nossa realidade será mais parecida com a da Europa. 

O que vocês oferecem para quem quer fazer reuniões de trabalho? Planejam um coworking? 

O que a gente acha é que, antes de um coworking, devemos ter espaço agradável para as pessoas sentar e fazer reuniões. Abrimos vários cafés e restaurantes que atendem essa necessidade. Também estudamos a possibilidade de um coworking, mas não pode ser na zona de lojas porque é um projeto diferente, que foca preço acessível. Uma alternativa é usar andar no  centro executivo junto ao shopping.

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