Primeiro papa não europeu, o arcebispo argentino Jorge Mario Bergoglio, eleito em 13 de março de 2013, realizou uma liderança mais aberta e mais simples à frente da Igreja Católica, seguindo a mensagem do nome que escolheu, Papa Francisco. Foi uma homenagem a São Francisco de Assis, um apoiador dos pobres. Em seu pontificado, ele deu atenção especial a dois grandes temas: a pobreza e a crise climática.
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Em diversas oportunidades o papa cobrou mais ações para apoiar os maios pobres, incluindo os refugiados. Para ele, os católicos –cerca de 1,4 bilhão de pessoas no mundo – não devem desviar o olhar de pobres e precisam envolver-se pessoalmente. Francisco foi firme nas mensagens sobre o tema para o 7º Dia Mundial dos Pobres, em 2023, por exemplo.
– Quando nos deparamos com um pobre, não podemos virar o olhar para o lado oposto, porque impediríamos a nós mesmos de encontrar o rosto do Senhor Jesus. Notemos bem aquela expressão de não importa a cor da pele, a condição social, a proveniência. Se sou pobre, posso reconhecer de verdade quem é o irmão que precisa de mim. Somos chamados a ir ao encontro de todo o pobre e de todo o tipo de pobreza, sacudindo de nós mesmos a indiferença e a naturalidade com que defendemos um bem-estar ilusório de todo pobre. Cada um deles é nosso próximo – escreveu o papa, como publicou o Vaticano News.
Francisco cobrou também compromisso dos políticos, tanto do executivo quanto do legislativo e mandou um recado aos pobres. Defendeu processos de desenvolvimento onde se valorizem a capacidade de todos. Disse que quem vive em condições de pobreza também deve ser envolvido e apoiado num processo de mudança e responsabilização.
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Sobre a crise climática no mundo, o Papa Francisco fez diversas abordagens com alertas e conselhos. Uma das mais importantes foi em 2015, na encíclica “Laudato Si”. Ele alertou sobre o avanço do desenvolvimento econômico irresponsável, que prioriza o lucro em detrimento da preservação do meio ambiente e da justiça social.
Na encíclica (orientação para o mundo católico) ele afirmou que os países ricos, que avançaram mais nas emissões de C02, têm uma dívida ecológica com os países mais pobres, defendeu a busca de um consenso global para reduzir as emissões, punições a quem não cumprir essas normas, e também recomendou às pessoas fazerem a sua parte.
– Usar transporte público, pegar carona, plantar árvores e desligar luzes desnecessárias – foram algumas recomendações do papa às pessoas para que colaborem na preservação ambiental.
A Amazônia sempre recebeu atenção do Papa Francisco, desde que ele assumiu. Segundo o Vaticano News, ele fez 12 referências mostrando o amor por essa região. Em setembro de 2014 criou a Rede Eclesial Pan-Amazônica para a defesa da Amazônia e dos seus povos. Em 2017 ele anunciou o Sínodo especial para a Pan-Amazônia para evangelização e ecologia integral e em 2021 criou a Conferência Eclesial da Amazônia, com a nomeação de um bispo.
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Com principal líder das religiões cristãs – que incluem católicos, evangélicos e protestantes – o Papa Francisco foi constante e firme nas mensagens que fazem a diferença para melhorar a vida da humanidade, embora nem sempre ouvido pelos líderes políticos que tomam as decisões mais importantes sobre economia, meio ambiente e guerras.
As religiões cristãs contam com cerca de 2,4 bilhões de seguidores, segundo a última estimativa. A expectativa é de que o novo papa tenha ainda mais força no desafio diplomático de defender o bem porque, assim, pode colaborar para melhorar a vida no planeta de um modo geral, não apenas dos cristãos.
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