Mais uma vez, Santa Catarina se destaca em nível nacional pela elevada criação de novos empregos. A pesquisa Pnad Contínua do IBGE, divulgada sexta-feira (15), mostra o estado com a menor taxa de desemprego do país no segundo trimestre deste ano, de 2,2%. Esta é, também, a menor taxa de desemprego já registrada em SC nessa série histórica realizada desde 2012. O indicador destaca a pujança da economia catarinense, mas também revela a pressão inflacionária que o atual pleno emprego tem gerado para empresas e consumidores.

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Desde que iniciou esta série, Santa Catarina tem se destacado, na grande maioria dos trimestres, com a menor taxa de desocupação do Brasil. O estado não é detentor da taxa mais baixa registrada no país até agora, porque outros, com economias menores mas fortes no agro têm alcançado percentuais baixos também. No terceiro trimestre de 2024, Rondônia registrou desemprego de 2,1%, que seria o mais baixo do país.

Mas o protagonismo de longo prazo de Santa Catarina resulta da sua economia diversificada em quase todos os setores, incluindo agropecuária, indústria, comércio e serviços. Esta pesquisa Pnad mostra o que a Federação das Indústrias (Fiesc) tem destacado: que o setor é um puxador de empregos. Durante a gestão que recém encerrou, o ex-presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, com frequência citava um estudo da entidade, de que para cada 10 vagas criadas na indústria, 16 eram abertas em outros setores.

A pesquisa Pnad informou que Santa Catarina encerrou o segundo trimestre deste ano com população ocupada de 4,43 milhões de pessoas, 1,7% maior frente ao mesmo período de 2024, totalizando 72 mil pessoas a mais. Do total, as atividades com mais ocupação foram a indústria, com 1 milhão de pessoas, e o comércio e reparação de veículos automotores, 826 mil.

No conceito econômico, pleno emprego significa equilíbrio entre oferta e procura de trabalhadores, sem gerar pressão inflacionária. Isso pode ser alcançado com taxa de desemprego entre 6% e 3,5% ou 4%. Mas essa taxa de 2,2% em SC está pressionando custos.

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Segundo a pesquisa do IBGE, o rendimento médio real habitual de todos os trabalhos (que inclui salários e outros como aluguel ou outros serviços) tem seguido uma crescente no estado. Foi estimado em R$ 4.077 por mês, 10% superior ao do mesmo trimestre do ano passado (R$ 3.706). A variação ficou acima da inflação (IPCA acumulado em 12 meses) até junho de 5,35%, o que mostra crescimento real de custos para SC.

Após resultado positivo no segundo trimestre do ano, a economia do estado começou o terceiro trimestre sob o impacto do tarifaço de 50% dos Estados Unidos, que deverá ter efeito negativo no emprego de diversas empresas exportadoras. É cedo ainda para antever resultados no mercado de trabalho, embora a dinâmica economia catarinense, na maioria das vezes, surpreenda de forma positiva. Mas depois dessa crise, a tendência é que o estado siga se destacando no emprego.