Desenvolvido em parceria entre a montadora General Motors, os institutos Senai de Inovação em Sistemas de Manufatura e Processamento a Laser e a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), o robô Snake tem tecnologia inédita no mundo e vai gerar uma startup. A informação é de Carlos Sakuramoto, gerente de Tecnologia e Inovação da Engenharia de Manufatura da GM América do Sul, que acompanhou na tarde desta quinta-feira (20/02) testes do novo produto na sede dos institutos Senai, em Joinville, com a presença de lideranças das instituições envolvidas. A inovação também será patenteada pela companhia no mundo e há interessados em fabricar o produto.
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– Tem investidores interessados. Nós mandamos isso para a nossa área nos Estados Unidos e eles estão fazendo avaliação dessa proposta que recebemos – disse Sakuramoto.
Se for aceita a proposta de investidores brasileiros, uma empresa independente fabricará o robô, fornecerá para a GM e também ao mercado. Conforme o executivo, a companhia não manterá somente para si a tecnologia porque a exclusividade é cara.
O novo robô foi criado para acessar locais de difícil acesso no processo produtivo do setor automotivo e atingiu o objetivo. De acordo com o gerente de tecnologia, ele substitui diversos robôs. O Snake vai ser testado em linha de produção na fábrica da GM em Joinville nos próximos meses.
Como a pesquisa deve continuar, a parceria foi renovada por mais dois anos. Para o diretor de Inovação do Senai-SC, José Eduardo Fiates, o grande aspecto positivo desse projeto é que no Brasil não é simples trabalhar com inovação tecnológica, muito menos com multinacional fazendo outsourcing com empresa de pesquisa.
– Esse tipo de parceria é fundamental. É isso que a Fiesc está buscando: ser relevante, ter valor percebido por um cliente estratégico – afirmou Fiates.
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Na avaliação do diretor de planejamento e gestão da Embrapii, José Luiz Gordon, esse projeto representa o que é fundamental no trabalho da Embrapii, atendendo o setor produtivo.
– É um projeto de demanda do setor produtivo, sendo realizado aqui no Brasil por uma multinacional de grande porte que está trazendo tecnologia para o país. Ou seja, o Brasil está se tornando referência para o desenvolvimento de tecnologia 4.0 – afirmou Gordon.
O evento, que reuniu todos os pesquisadores e líderes do projeto, também contou com a presença do secretário do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, Paulo César Alvin, e o vice-presidente da Fiesc para a região Norte do Estado, Evair Oenning.
– A experiência desse projeto, envolvendo os institutos Senai, a GM e a Embrapii, que começou em 2012, é uma ação significativa na indústria 4.0 – avaliou Alvin.
Segundo ele, esse é um exemplo de que o Brasil está caminhando na inserção do setor produtivo numa economia digital e esse é um conjunto e experimentos que demonstra a relevância de trabalhar institutos de ciência e tecnologia com uma empresa de maior porte – comentou Alvin.
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Outra startup
Este não será o primeiro projeto de pesquisa da GM no Brasil que gera startup. O da Autaza, desenvolvido por três estudantes de São Paulo para inspeção de qualidade de superfícies, atendeu o setor automotivo. Como superou expectativas e passou a atender outros setores, recebeu aportes de capital, inclusive do BNDES, os sócios-fundadores continuaram e, depois, transferiram a startup para Michigan, nos EUA. Ela faz inspeção de qualidade de superfície com visão computacional e inteligência artificial.
Na foto acima, com o robô Snake, o gerente de inovação da GM Carlos Sakuramoto (E); pesquisador-chefe dos institutos Senai em Joinville Luiz Gonzaga Trabasso; diretor de Planejamento e Gestão da Embrapii, José Luiz Gordon; secretário executivo do Ministério da Ciência e Tecnologia Paulo Alvin; e o diretor de Operações de Inovação e Competitividade da Fiesc, Maurício Pauletti.