Como era esperado, a pandemia derreteu o mercado de trabalho catarinense em abril. O Estado fechou 73.111 vagas no mês 100% afetado pelo isolamento social, o quinto pior resultado do país que, ao todo, eliminou 860.503 empregos formais no mês. Os dados são do novo Caged, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, divulgado hoje pela primeira vez este ano pelo Ministério da Economia. No mês passado, São Paulo liderou o fechamento de vagas com -260.902, seguido por Minas Gerais -88.298, Rio de Janeiro -83.626 e Rio Grande do Sul -74.686.

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No acumulado de janeiro a abril, Santa Catarina teve saldo negativo de 31.292 postos de trabalho, a sétima pior posição no ranking nacional segundo o Caged. O Brasil fechou 763.232 empregos diretos no primeiro quadrimestre do ano. O Novo Caged traz também empregos preservados em abril e maio, pelos acordos oferecidos. Em SC, foram 299.513.

A retração de abril é a maior registrada pelo Caged em Santa Catarina desde 2004 (a primeira série estatística), considerando inclusive saldos anuais. Em todo 2015, na pior fase dos dois anos de recessão, SC perdeu 58.599 vagas, e no ano de 2016 foram eliminadas 29.885 vagas.

SC teve maior queda percentual

Segundo o Caged, Santa Catarina foi o Estado com maior redução relativa de postos de trabalho em abril frente a março, -3,46%. Essa foi a queda percentual no estoque geral de emprego do Estado. O Rio Grande do Sul, com -2,95%, Ceará com -2,61 e Rio de Janeiro -2,58 vieram na sequência. O estoque total de empregos no Brasil em abril teve queda de 2,21% frente a março e ficou em 37.997.406.

Saldo por atividade no país

Entre as mudanças do novo Caged, uma é a informação do saldo de vagas por atividade no país. Em abril, agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura tiveram perda de -4.999 postos, indústria geral (-195.968 postos) sendo na indústria de transformação (- 191.752 postos), construção (-66.942 postos), comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (- 230.209 postos) e serviços (-362.378), com maior retração nas atividades de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (-129.151 postos).

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Mudanças no Caged

Após suspender a publicação do Caged desde janeiro, o Ministério da Economia trouxe os dados agora com mudanças. Segundo a Secretaria de Trabalho, essas informações são baseadas nos dados fornecidos pelas empresas ao Sistema de Escrituração Fiscal Digital das Obrigações Fiscais Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial). Com isso, 13 obrigações fiscais, previdenciárias e trabalhistas são centralizado em um só sistema.

A nova apresentação também agrupa os setores da economia em cinco: comércio, serviços, indústria geral, construção civil e agricultura. Até dezembro passado eram oito grupos:
comércio, serviços industriais de utilidade Pública, extrativa mineral, administração pública, agropecuária, construção civil, indústria de transformação e serviços.
A pasta prevê publicações mensais a partir de agora.